EUA apoiam oposição contra governo ucraniano
O secretário de Estado John Kerry declarou em Munique, no dia 1o., que os EUA apoiam os protestos na Ucrânia. A declaração é mais um sinal de que Washington pretende interferir, inclusive com sanções contra o governo ucraniano e assistência financeira à oposição. Durante o evento, Kerry se reuniu com Viktor Klitschko, um dos principais líderes oposicionistas. Klitschko conduziu o início das manifestações, mas vem perdendo o controle do movimento para a extrema-direita. Grupos ultranacionalistas radicalizaram a mobilização, fazendo com que as Forças Armadas ameacem intervir. Os manifestantes ocupam prédios governamentais e pedem a renúncia do presidente Viktor Yanukovich. Os protestos começaram em novembro, quando Yanukovich desistiu de assinar um acordo de cooperação com a UE. Entre outras razões, o presidente se recusou a atender à exigência da Alemanha para soltar da prisão a ex-primeira-ministra, Yulia Tymoschenko, presa sob a acusação de corrupção. Para contrabalançar a proposta europeia, a Rússia ofereceu à Ucrânia uma ajuda de US$ 15 bilhões e redução do preço do gás. O país tem importância estratégica e energética, uma vez que por seu território passam 80% do gás russo exportado para a UE. A região oeste do país apoia o Ocidente, mas a parte leste prefere laços com Moscou. Essa não é a primeira vez que as potências lutam por influência em Kiev. Em 2004, EUA e países europeus fomentaram a Revolução Laranja contra a eleição de Yanukovich, que é aliado do Kremlin. As revoltas na época levaram a um segundo pleito em 2006, com vitória para o candidato pró-Ocidente Viktor Yushchenko.