Reforma da imigração tem futuro incerto

Mencionada no discurso do Estado da União, a reforma da imigração ainda tem futuro incerto no Congresso. No ano passado, o Senado aprovou projeto que abre a possibilidade de obtenção de cidadania a 11 milhões de imigrantes vivendo no país sem documentos. O processo tem uma série de pré-requisitos, como aprender inglês e pagar impostos atrasados, e demoraria em média 13 anos. Mesmo assim, a maioria republicana na Câmara bloqueou o projeto por julgá-lo frágil. Agora, a questão volta a ser debatida no retiro de planejamento republicano que começa na quarta-feira, 29. O tema ganha importância por conta das eleições parlamentares em novembro: os democratas têm vencido por largas margens junto à população de origem hispânica. Se por um lado, uma reforma pode ajudar a imagem dos republicanos frente aos grupos minoritários, por outro, sua base tradicional pode revoltar-se com mudanças abrangentes. O representante Paul Ryan (R-WI) declarou, no dia 29, que a liderança do partido está trabalhando em um plano que conceda permissões de trabalho a imigrantes sem documentos, mas sem qualquer preferência para obtenção de cidadania. Os imigrantes poderiam obter vistos provisórios e ingressar com pedidos de green card pelos procedimentos normais já existentes. O projeto seria ainda vinculado a medidas como aumento da segurança nas fronteiras do país e garantias de que os imigrantes não se beneficiariam de programas sociais. Também não é certo se os democratas apoiarão uma reforma modesta ou se reforçarão as críticas aos republicanos, esperando obter ganhos eleitorais.

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