Acordo EUA-Afeganistão segue sem definição
O secretário de Estado John Kerry se reuniu em Cabul, no dia 11, com o presidente afegão Hamid Karzai para concluir um acordo sobre a permanência de tropas depois de 2014. As discussões ocorrem há quase um ano para estabelecer as condições para a presença de um contingente dos EUA no Afeganistão após o fim da missão de combate das tropas da OTAN. O Pentágono pretende deixar até 10 mil militares para a manutenção da estabilidade no país. Sem dar detalhes, Kerry disse que o encontro possibilitou a superação de alguns obstáculos. Um deles seriam as operações unilaterais de contraterrorismo realizadas pelos EUA, que agora passariam a ser conduzidas pelas forças afegãs. Outras barreiras teriam permanecido. O Afeganistão demanda uma garantia de proteção incondicional em caso de ataque, a exemplo do que ocorre entre membros da OTAN. Para os EUA, a exigência é inaceitável. O ponto mais sensível é sobre a imunidade legal para as tropas remanescentes após 2014. O Afeganistão quer que os soldados sejam submetidos a leis locais caso cometam crimes, enquanto Washington defende que seus militares sejam processados de acordo com as leis dos EUA. Karzai alega que essa condição precisa ser aprovada pela Loya Jirga, assembleia formada por representantes políticos e líderes tribais. A Loya Jirga só se reunirá em novembro, depois do prazo de 31 de outubro dado pelo presidente Barack Obama como limite para um acordo. Após essa data, Obama ameaça proceder com a retirada total das tropas. O problema lembra o dilema no Iraque, onde o desacordo sobre imunidade legal fez com que todos os soldados fossem retirados em 2011, ao contrário do que desejavam os EUA.