Energia e Meio Ambiente

Vietnã negocia condições especiais em acordo nuclear com EUA

EUA e Vietnã firmaram, no dia 10, o Acordo de Cooperação Nuclear Civil. O instrumento permite que empresas dos EUA vendam tecnologia e serviço ao Vietnã sem exigir a renúncia vietnamita ao enriquecimento de urânio. A permissão de exportação atende ao Ato de Energia Atômica de 1954, segundo o qual os países interessados em comércio nuclear com os EUA devem respeitar certas normas de não proliferação. O acerto com o Vietnã é visto como uma oportunidade comercial. Indústrias dos EUA buscam acesso ao mercado asiático, que é disputado por fornecedores como Rússia, França e Japão. Já o Vietnã diz que seu interesse é em energia civil. Politicamente, a medida pode trazer complicações para a Casa Branca. Embora o secretário de Estado John Kerry diga que o Vietnã concordou em não produzir combustível nuclear, o documento não contém um dispositivo legal para isso. A falta dessa cláusula rompe com uma marca do próprio presidente Barack Obama. Em 2009, o presidente obteve dos Emirados Árabes Unidos a garantia escrita sobre renúncia à produção doméstica de combustível nuclear e autorização para inspeções internacionais. Com uma agenda de combate à proliferação de armas nucleares, Obama considerou que se inaugurava um “padrão ouro” para futuras negociações. A exceção ao Vietnã pode gerar reação no Congresso, onde o acordo será submetido à análise. Alguns congressistas acham que os termos abrem um precedente perigoso, sobretudo em meio às discussões sobre o programa nuclear iraniano. O Executivo alega que a inflexibilidade afasta os compradores, tornando mais difícil o controle dos EUA sobre a não proliferação.

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