O secretário de Estado John Kerry chega ao Brasil, no dia 13, para sua primeira viagem ao país desde que assumiu o cargo em janeiro. Kerry se reunirá com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em Brasília. O motivo do encontro é discutir a agenda bilateral, e ampliar a cooperação e o diálogo em temas como comércio e energia. O evento antecede a visita de Estado da presidente Dilma Roussef a Washington, em outubro. A conversa também deve incluir a queixa do Brasil sobre o recente desconforto diplomático entre os dois países. No dia 6 de julho, o jornal O Globo publicou que documentos vazados por Edward Snowden revelaram que o Brasil seria um dos principais alvos do programa de vigilância da National Security Agency (NSA, na sigla em inglês). Em discurso na ONU no início do mês, Patriota e ministros de países do Mercosul mostraram indignação com a prática desse tipo de espionagem. No dia 19 de julho, Dilma disse ao vice-presidente dos EUA, Joe Biden, que a privacidade dos cidadãos brasileiros e a soberania do Brasil não podem ser infringidas. A percepção da mídia nos EUA é que o problema causará frieza na recepção do secretário pelas autoridades brasileiras. As relações entre os dois países também podem ser afetadas caso Washington cancele o pagamento da compensação referente à disputa do algodão na OMC. No dia 7, o governo dos EUA anunciou que vai reduzir em 50% o pagamento da parcela de setembro em função de cortes orçamentários. Até o momento, o Brasil não tomou medidas retaliatórias. Kerry também vai à Colômbia, onde deve enfrentar os mesmos questionamentos sobre a NSA.