Obama defende redução de armas instaladas por Rússia e EUA
O presidente Barack Obama propôs, no dia 19, uma diminuição no número de armas nucleares disponíveis para utilização por EUA e Rússia. Discursando em Berlin, cidade símbolo da Guerra Fria, o presidente disse ser possível eliminar um terço dos armamentos. Caso a iniciativa seja adotada, o arsenal implantado de cada país ficará reduzido a pouco mais de mil, a menor quantidade desde 1954. Assessores da Casa Branca disseram que a ideia não é assinar um novo tratado, mas um compromisso informal. Em 2010, ambos os países aprovaram o New START, tratado que estabeleceu o limite de 1.550 ogivas para cada signatário. O acordo foi motivo de intenso debate no Congresso, mas os republicanos acabaram cedendo à sua ratificação no mesmo ano. Enquanto Obama falava na capital alemã, o presidente Vladimir Putin se reunia com militares e funcionários do setor russo de defesa. Putin defendeu que a Rússia preserve sua capacidade nuclear, principalmente diante da chance de os EUA instalar um sistema de defesa antimíssil no Leste Europeu. Segundo a agência oficial de notícias, RIA-Novosti, o Kremlin acha que qualquer negociação para redução de armamentos deve envolver outras potências, em aparente referência à China. A proposta de Obama não foi bem recebida nos EUA. Hans Kristensen, do Federation for American Scientists, apontou que o plano é ineficaz por reduzir apenas o número de armas instaladas, e não o estoque de armamentos. O senador republicano Bob Corker (R-TN), membro do Comitê de Relações Externas do Senado, afirmou que o país deve pensar em modernizar suas capacidades e não em reduzi-las.