Os EUA estão negociando com a China a eliminação de tarifas de importação aplicadas a painéis solares, segundo fontes no governo. A União Europeia também está discutindo a questão com Pequim. A notícia foi divulgada no dia 20, duas semanas após a UE anunciar que passaria a impor, a partir de junho, tarifas de cerca de 47% sobre o produto chinês. No final de 2012, os EUA adotaram medida semelhante, aplicando taxas de cerca de 30%. As iniciativas têm como objetivo frear o crescimento das importações de painéis solares da China. Os EUA e a UE alegam que os fabricantes chineses praticam dumping. O foco da negociação seria determinar uma quantidade fixa de painéis a serem exportados e um preço mínimo para o produto. Segundo analistas, a discussão de um acordo para eliminar as tarifas surgiu como forma de evitar uma escalada da disputa tarifária. O processo poderia gerar aumento das taxas de outros itens e retaliações por parte de Pequim. Hoje, a China domina o mercado mundial de painéis solares. A entrada massiva do produto chinês fez com que os preços caíssem cerca de três quartos nos últimos quatro anos. Produtores nos EUA atribuem a falência de empresas do setor à concorrência causada pelos subsídios concedidos pelo governo chinês, o que permitiria a venda de painéis a preços inferiores ao seu custo de produção. Para analistas, um acordo beneficiaria as indústrias dos EUA e da UE, evitando uma guerra tarifária. Entretanto, o aumento dos preços de painéis poderia prejudicar a expansão do uso de energia solar nesses países e no mundo. As negociações estão na etapa inicial e a previsão é que a obtenção de um acordo leve meses.