Pentágono alerta Congresso sobre impacto dos cortes
O Pentágono notificou o Congresso, no dia 20, sobre possível redução nos salários de boa parte de seus 800 mil funcionários civis. As remunerações poderão cair até 20 por cento, e os trabalhadores terão um dia de licença por semana até setembro. A decisão é motivada pelos cortes de US$ 85 bilhões no orçamento, que têm início em 1o. de março. Só o Departamento de Defesa terá que cortar US$ 46 bilhões até setembro, quando termina o ano fiscal nos EUA. Uma preocupação do Pentágono tem sido especificar para o Congresso o impacto negativo da redução. O objetivo é pressionar os congressistas a encontrar uma solução para o problema, que deve prejudicar a prontidão das Forças Armadas. Em carta enviada aos funcionários do Pentágono, o secretário de Defesa, Leon Panetta, esclareceu que o Executivo pode proteger postos militares das reduções orçamentárias, mas não os cargos civis. No entanto, os militares também serão afetados caso as reduções não sejam evitadas. O Exército interromperia o treinamento de 80% das tropas, incluindo soldados em preparação para serem enviados ao Afeganistão. Com isso, os generais teriam que escolher entre adiar o retorno do contingente atualmente em solo afegão ou enviar pessoal pouco treinado. Ainda, a Força Aérea seria forçada a reduzir a quantidade de horas de voos e a Marinha postergaria o envio do porta-aviões USS Harry Truman para o Golfo Pérsico, onde persistem as tensões entre EUA e Irã. Observadores civis afirmam que o setor exagera os efeitos dos cortes em parte para garantir programas mesmo após o final da intervenção no Afeganistão.