Alta na produção de petróleo desafia capacidade de refino
A Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que os EUA vão superar a Arábia Saudita na produção de petróleo em 2020. Publicada no último relatório anual da agência, a informação reforça previsões anteriores da Energy Information Administration e da OPEP. O anúncio representa uma mudança radical na projeção para o mercado global. Em 2011, a AIE previu que Arábia Saudita e Rússia seriam os dois maiores produtores no final da década. A expectativa agora é que os EUA venham a produzir cerca de 11 bilhões de barris por dia (bpd), um aumento de quase 70% sobre o volume atual. A elevação se deve ao uso de tecnologias avançadas para extração de petróleo não convencional. Segundo a agência, o volume ajudaria os EUA a reduzir pela metade a atual dependência externa de petróleo. Outros analistas alertam para o fato de que a boa notícia pode vir acompanhada do risco de super produção. Boa parte das refinarias no país não está capacitada a refinar o tipo de petróleo em questão. Depois dos choques do petróleo na década de 70, o governo incentivou as indústrias a investir no refino de petróleo importado de países como Venezuela e Canadá. Em geral, esses países possuem um mineral mais pesado do que o tipo leve extraído das reservas não convencionais nos EUA. A adaptação das instalações para o petróleo não convencional exige investimentos de longo prazo, podendo fazer com que nem toda produção seja absorvida. O agravante da situação é que os produtores nacionais não podem recorrer ao mercado externo, já que uma lei de 1973 proíbe exportações de petróleo cru, permitindo apenas a venda externa de derivados.