Países do G8 consideram usar reservas estratégicas da AIE
Líderes do G8 discutiram, no encontro entre os dias 18 e 19, o possível uso de reservas estratégicas de petróleo da Agência Internacional de Energia (AIE). A agência dispõe de um plano contingencial que orienta os membros da organização a dispor de parte das reservas estratégicas da agência em caso de crise de fornecimento. O objetivo atual seria evitar alta no preço em função do bloqueio promovido pelos EUA à compra de petróleo iraniano. Apesar da queda observada desde março, os preços podem sofrer nova alta dentro de um mês. Em julho, entram em vigor as sanções dos EUA a empresas europeias que façam transações financeiras com bancos iranianos, o que levará países europeus a reduzir drasticamente as importações de petróleo do Irã. As medidas foram aprovadas em dezembro, mas o presidente Barack Obama deu aos europeus seis meses para encontrar alternativas de fornecimento. Desde a sua criação em 1974, a AIE recomendou três vezes a medida intitulada ação coletiva: na Guerra do Golfo, em 1991, no Furacão Katrina, em 2005, e na Guerra da Líbia, em 2011. No encontro do G8, não ficou claro se a decisão se aplicaria apenas aos seus integrantes ou aos 26 membros da agência. Analistas criticam o uso das reservas para fins políticos, e não como atenuante a um choque real de fornecimento, como determina o estatuto da agência. Para o consultor Matthew Hulbert, a invocação inadequada da ação coletiva serve aos propósitos políticos dos EUA, mas prejudica a credibilidade da agência na sua função de ajudar a equilibrar o mercado.