Julgamento de Edwards pode afetar financiamento de campanha

Uma decisão judicial sobre o então pré-candidato John Edwards nas primárias democratas de 2008 pode afetar de maneira inusitada os regulamentos sobre financiamento de campanha. Na ocasião, Fred Baron e Rachel Mellon, dois apoiadores da campanha de Edwards, gastaram aproximadamente US$ 925 mil para sustentar Rielle Hunter, uma amante do pré-candidato. Em junho de 2011, uma corte da Carolina do Norte indiciou Edwards por crimes eleitorais, uma vez que o dinheiro gasto com Hunter não foi reportado à Comissão Eleitoral Federal (FEC, na sigla em inglês). Segundo a acusação, os recursos foram utilizados para proteger a carreira política de Edwards e ultrapassaram muitas vezes os limites para doações individuais. A defesa do ex-senador da Carolina do Norte argumenta que as acusações misturam a vida pessoal de Edwards com sua vida política. Seus advogados defendem que o adultério poderia ser julgado criminalmente, mas não por violações a leis eleitorais. Ainda, afirmam que o pré-candidato não sabia dos pagamentos. A grande questão é que, caso a defesa de Edwards seja bem sucedida, a decisão pode abrir um precedente para que grandes doadores influenciem ainda mais o processo eleitoral. Meredith McGehee, diretora do Campaign Legal Center, afirmou que o ex-senador deve ser punido uma vez que foi beneficiado por contribuições não declaradas. Caso contrário, apoiadores poderiam começar a fazer doações de cunho pessoal a candidatos para burlar as leis eleitorais. Já para Ken Gross, advogado que trabalhou no caso, a decisão não deve estabelecer precedentes por se tratar de uma situação atípica.

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