Visita de Dilma reacende questão do contrato da Embraer
Os líderes Barack Obama e Dilma Rousseff conversaram sobre o contrato de fornecimento de aviões militares pela Embraer aos EUA, durante a visita da presidente no último dia 9. A informação foi dada por funcionários da administração, embora nenhum detalhe tenha sido revelado. O contrato referente à venda de vinte aviões A-29 Super Tucano para a Força Aérea foi cancelado pelo Departamento de Defesa (DOD) em fevereiro. Frederico Curado, presidente da Embraer, disse ter sido extraoficialmente informado por autoridades militares nos EUA de que uma nova licitação deverá ser aberta nas próximas semanas. De acordo com o executivo, a participação da empresa em nova concorrência está condicionada à manutenção das condições anteriores, exceto pela extensão do prazo de entrega. Curado lembrou que, mesmo com a eventual reativação do processo e o fato de a Embraer ser o único fornecedor capaz de produzir em curto espaço de tempo, é improvável que os aviões sejam entregues no prazo planejado. O Pentágono esperava utilizá-los em combates no Afeganistão em maio de 2013, para posteriormente cedê-los às forças afegã. Além de dificultar a estratégia militar no Afeganistão, o cancelamento pode prejudicar interesses comerciais dos EUA no Brasil. A Boeing compete com fabricantes europeus em uma concorrência aberta pelo governo brasileiro no valor de aproximadamente US$ 7 bilhões para o fornecimento de 36 caças. Segundo o analista de defesa do Lexington Institute, Loren Thompson, as perspectivas para a Boeing serão ainda menores caso os EUA não retomem a compra dos Super Tucanos.