A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e seu ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, criticaram pontos da política econômica dos EUA durante visita oficial ao país. No último dia 9, após encontro na Casa Branca com o presidente Barack Obama, Dilma voltou a criticar as políticas de expansionismo monetário dos países desenvolvidos. Mesmo sem mencionar diretamente o país anfitrião, a presidente brasileira atacou as políticas de liquidez dos países desenvolvidos por desvalorizarem suas moedas e prejudicarem o crescimento econômico de países em desenvolvimento. Taxas de juros entre 0% e 0,25%, aliadas ao programa de relaxamento quantitativo dos EUA, injetaram uma grande quantia de dólares no mercado global nos últimos meses. Tais políticas geraram fluxos de capitais para mercados emergentes e mais rentáveis, entre eles o Brasil, com sua alta taxa de juros. No mesmo dia, Patriota demonstrou preocupação quanto ao estado da relação comercial entre os dois países. Apesar dos EUA terem perdido a posição de maior parceiro comercial brasileiro para a China nos últimos anos, as exportações do Brasil para os EUA sempre tiveram uma composição equilibrada entre commodities e produtos manufaturados. Essa distribuição tem sido alterada, com o aumento da importância de produtos primários na pauta exportadora brasileira. Para o ministro, o grande superávit dos EUA e a atual composição do comércio bilateral não são ideais, e será um desafio para o Brasil alterá-los. As declarações foram dadas em evento na Câmara de Comércio dos EUA, onde Patriota também demonstrou confiança na recuperação da economia do país.