Administração Obama considera acelerar saída do Afeganistão

O debate sobre acelerar a retirada das tropas no Afeganistão ganhou força na administração após incidentes com militares dos EUA no país. Em fevereiro, soldados foram flagrados queimando exemplares do Corão e, no dia 11, um sargento atirou aleatoriamente, matando 16 civis em Kandahar. A principal voz a favor de uma redução acelerada é o vice-presidente Joe Biden. Cerca de 22 mil soldados voltarão até setembro próximo e 68 mil até 2014, apesar de ainda não haver definição sobre a escala de retorno dos remanescentes. O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Thomas Donilon, defende que outros 30 mil voltem até junho de 2013. Em contrapartida, líderes militares pedem pela manutenção da maior parte do contingente até 2014, data prevista para o fim de todas as operações no país. O comandante das forças da OTAN no Afeganistão, general John Allen, afirmou que o atual programa é consistente e não deve ser alterado devido aos incidentes. A opinião é compartilhada por Barack Obama, embora o presidente tenha admitido pela primeira vez que as operações de combate serão suspensas em 2013. A declaração foi feita durante recepção ao primeiro-ministro inglês, David Cameron, no dia 14. Os dois líderes reconhecem que a estratégia de retirada será melhor analisada na reunião da OTAN em Chicago, no mês de maio. Os recentes episódios devem agravar a divisão partidária acerca do tema. Enquanto democratas pedem por um retorno mais rápido, republicanos temem que a saída comprometa os resultados já alcançados. A rejeição pública à missão, que hoje é 60%, também pode aumentar.

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