O julgamento da petrolífera BP pelo desastre ambiental no Golfo do México deve começar em uma corte federal de Nova Orleans, no próximo dia 5. O início era esperado para o último dia 27, mas o juiz Carl Barbier optou por adiá-lo para que as partes tentem chegar a um acordo. Em abril de 2010, a explosão e o afundamento da plataforma Deepwater Horizon causou o maior vazamento de petróleo da história dos EUA, além de onze vítimas fatais. Depois do desastre, mais de quinhentos processos movidos contra a BP foram reunidos, em um único caso, por cerca de 120.000 pessoas e firmas que se dizem prejudicadas pelo acidente. Os advogados de acusação alegam que a petrolífera priorizou lucros em detrimento de aspectos de segurança. Caso esse argumento seja comprovado, a BP ficará sujeita a punições mais severas, já que as leis marítimas federais não permitem atenuantes em falhas decorrentes de ganância financeira. A petrolífera tenta atribuir parte da responsabilidade pelo acidente a outras empresas envolvidas nas operações da plataforma, como a Transocean e a Halliburton. A parcela de culpa devida a cada uma dessas empresas torna o caso ainda mais complexo. Especialistas afirmam que esse é um dos julgamentos mais importantes do país, já que será o maior relativo a questões ambientais. Para Blaine LeCesne, professor de Direito na Loyola University New Orleans, o caso pode chegar inclusive à Suprema Corte e o total de reparações ultrapassar US$ 100 bilhões. A BP já pagou mais de US$ 6,1 bilhões em indenizações.