Uma importante e influente organização ambiental dos EUA, o Sierra Club, revelou, no dia 2, ter recebido US$ 26 milhões doados por empresas de exploração de gás natural entre 2007 e 2010. As contribuições vieram principalmente da Chesapeak Energy, uma das maiores empresas de gás do país. O valor equivale a mais da metade do ativo líquido da organização em 2010. Contribuições do setor privado para associações como o Sierra Club são comuns no país. O problema em questão é que, no mesmo período, a organização defendeu a exploração de gás natural, inclusive o gás de xisto, como alternativa ao uso de carvão para geração de energia elétrica. A exploração de gás de xisto vem sendo questionada por grupos ambientalistas em função dos riscos que apresenta ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Apoiadores do Sierra Club, que não possuem a mesma projeção no cenário nacional, se sentem traídos e criticam o fato de as contribuições terem sido divulgadas somente dois anos após seu término. Walter Hang, presidente da Toxic Targeting, afirmou que a credibilidade da organização fica seriamente comprometida após o que pode ser interpretado como favorecimento dos interesses da indústria do gás. As doações da Chesapeak só foram suspensas após a entrada de Michael Brune na diretoria executiva da Sierra Club, no começo de 2010. Brune afimou, em um blog da organização, que a aceitação das doações por um setor que ainda precisa provar maior nível de comprometimento ambiental é incompatível com a missão do organização.