Visita de Ahmadinejad à América Latina é vista com apreensão
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou viagem à América Latina, no último dia 8. A iniciativa é vista como uma tentativa de aliviar o crescente isolamento internacional imposto pelos EUA. Tendo início na Venezuela, a visita também inclui passagens por Nicarágua, Equador e Cuba. Caracas, no entanto, é o ponto alto da viagem. Os laços entre o presidente Hugo Chavez e Ahmadinejad vêm se estreitando nos últimos anos. A estatal venezuelana PDVSA chegou a sofrer retaliação dos EUA, em 2009, por exportar gasolina ao Irã. Segundo Eric Farnsworth, vice-presidente da organização empresarial Conselho das Américas, o apoio desses países ajudaria o Irã a obter meios para contornar as sanções econômicas aplicadas pelos EUA. A aproximação entre Irã e países latino-americanos também preocupa a Casa Branca. O presidente Obama afirmou, em dezembro último, que as atividades iranianas na América Latina são levadas a sério pelos EUA e vêm sendo monitoradas atentamente. Outra preocupação ocorre em relação ao possível uso desses países como plataformas para grupos terroristas próximos ao Irã, visando alvos dentro e fora do continente. Todavia, analistas como Stephen Johnson, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, acreditam ser necessário distinguir as preocupações reais dos exageros. Para o especialista, a capacidade de influência do Irã na América Latina é superestimada. Johnson exemplifica dizendo que o volume de comércio de países latino-americanos com o Irã não chega a 1% individualmente.