O Ministério do Comércio da China anunciou, no dia 25, a abertura de uma investigação sobre incentivos governamentais a indústrias de energia alternativa nos EUA. O anúncio ocorreu duas semanas após o Departamento de Comércio aceitar petição apresentada por um grupo de empresas de painéis solares dos EUA, acusando fabricantes chineses de praticar subsídios e dumping. A petição está sendo analisada pelo Departamento, que estuda a imposição de medidas de salvaguardas, como tarifas de 50% a 250% sobre os painéis solares provenientes da China. Caso o parecer do Departamento seja favorável à petição, a China pensaria em retaliar os EUA, impondo restrições à importação de polisilício. Os EUA exportaram cerca de US$ 870 milhões em polisilício para a China no ano passado, valor aproximado ao da exportação de painéis solares chineses para o país. O material é essencial na elaboração de painéis solares convencionais. A iniciativa da China também decorre da pressão exercida por empresas e associações no país. Wang Shijiang, gerente da Aliança das Indústrias Fotovoltaicas da China, declarou que o setor espera que o governo chinês retalie os EUA. Outra motivação seria a ameaça de fabricantes chineses de painéis solares em transferir parte de sua produção para Taiwan, Coreia do Sul e EUA para evitar barreiras tarifárias contra o setor. Segundo representantes da Grape Solar, importadora de painéis asiáticos nos EUA, é grande a probabilidade de que o Departamento do Comércio imponha tarifas sobre os painéis solares chineses.