Crescimento das exportações de gás preocupa o Senado
O aumento das exportações de gás dos EUA levou o Senado a conduzir, no dia 8, uma audiência para discutir seus eventuais efeitos no mercado doméstico. A audiência, promovida pelo Comitê de Energia e Recursos Naturais, foi convocada após o anúncio da companhia Cheniere Energy para construção de um terminal de exportação de gás liquefeito. Outros projetos no país pretendem obter licenças semelhantes, tendo como foco atender a demanda asiática. Apesar de os EUA serem importadores líquidos, a balança comercial do produto apontou crescimento contínuo das exportações nos últimos anos, que já subiram mais de 50% desde 2006. Essa mudança se deve a novas técnicas de exploração, que podem fazer o país passar de importador líquido a exportador de grande porte. A tecnologia estimulou investimentos em gás não convencional, cuja participação na oferta doméstica deve triplicar nos próximos 25 anos, segundo dados da Energy Information Administration. O aumento da produção interna reduziu os preços nos EUA, mas também acarretou maior estímulo às exportações. A preocupação do Senado é de que os produtores privilegiem mercados externos, em função de preços mais atrativos. A consequência poderia ser o aumento do preço interno do produto, desfavorecendo consumidores dos EUA em um momento de dificuldade econômica. Richard Jones, vice-diretor executivo da Agência Internacional de Energia, acredita que a entrada dos EUA na categoria de exportadores terá um efeito contrário, reequilibrando para baixo os preços internacionais.