EUA planejam nova estrutura de segurança no Golfo Pérsico
A administração Obama planeja aumentar a presença militar dos EUA no Golfo Pérsico. O projeto vem sendo elaborado há meses, mas ganhou urgência com o anúncio, no dia 21, da retirada total das tropas do Iraque até o fim do ano. O Pentágono, que não conseguiu concretizar os planos de manter soldados em solo iraquiano, vem discutindo a deposição de novas tropas terrestres no Kuwait e o envio de navios de guerra para a região. Segundo o major-general Karl Horst, chefe de gabinete do Comando Central (USCENTCOM, na sigla em inglês), o objetivo é restabelecer a presença no nível anterior à guerra. A preocupação seria com um possível colapso da segurança no Iraque ou ataque do Irã. A Casa Branca também pretende estreitar as relações militares com os membros do Conselho de Cooperação do Golfo: Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Oman e Bahrein. A ideia é transformar as relações bilaterais existentes com cada um deles em uma estrutura de segurança coletiva que inclua patrulhas aéreas e navais, e um sistema de defesa antimísseis. Tal aliança foi oficialmente sugerida pelo secretário de Defesa, Leon Panetta, durante encontro na ONU em setembro, embora só deva ser debatida pelo Conselho em dezembro. Um funcionário sênior do governo negou que os EUA pretendam formar uma espécie de OTAN na região, mas confirmou a intenção de desenvolver forças integradas. O projeto de expansão ainda depende da solução para o impasse orçamentário nos EUA, que pode resultar em cerca de US$ 500 bilhões em cortes com defesa nos próximos dez anos, além dos US$ 350 bilhões já aprovados em agosto.