Eleição na Rússia poderá afetar relações com EUA
O presidente russo Dimitri Medvedev anunciou, no dia 24, que abriria mão da candidatura presidencial em favor de Vladimir Putin, cuja vitória em 2012 é dada como certa. Para os EUA, a ideia de um novo governo Putin é preocupante. O primeiro-ministro é visto como mais propenso ao confronto em assuntos externos e sua rejeição entre congressistas dos EUA deve dificultar a aprovação de acordos bilaterais. Atualmente, o maior contencioso entre os dois países é o futuro sistema antimísseis da OTAN, que a Rússia vê como ameaça à capacidade ofensiva de seu arsenal nuclear. Republicanos tentam dificultar negociações sobre o sistema, temendo concessões excessivas aos russos. Apesar disso, a relação EUA-Rússia tem melhorado desde o conflito da Geórgia em 2008, considerado o ponto mais crítico no período pós-soviético. Mas o diálogo foi bem sucedido em outras questões, como em relação ao uso do espaço aéreo russo para transporte de suprimentos para tropas dos EUA no Afeganistão. O apoio russo ao endurecimento de sanções contra o Irã e a ratificação do tratado New START de redução de armas estratégicas também foram positivos. O analista Greg Thielmann, da Associação de Controles de Armas dos EUA, diz que a transição deverá afetar o estilo de atuação da Rússia. Já para Tommy Vietor, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, a política mútua de reaproximação atende aos interesses nacionais de ambos os lados. Ainda, documentos vazados pelo Wikileaks revelam que diplomatas em Moscou consideram que Putin sempre foi a figura mais poderosa do país, mesmo que o presidente fosse o moderado Medvedev.