EUA acusam agência paquistanesa de apoiar ataque à embaixada
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mike Mullen, acusou a agência de inteligência paquistanesa, Inter-Services Intelligence (ISI, na sigla em inglês), de apoiar o grupo Haqqani no ataque recente à embaixada dos EUA em Cabul. A acusação foi feita durante depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Senado, no dia 22. Mullen também afirmou que o grupo, responsável por diversos ataques no Afeganistão, atua como um braço da ISI. Os EUA tem se empenhado em pressionar o Paquistão para intensificar a busca por rebeldes da rede Haqqani, ação que se tornou prioritária para Mullen após o último ataque. No entanto, a nova abordagem da administração Obama deve prejudicar ainda mais as relações entre os dois países. Assim como outras autoridades, o ministro paquistanês do Interior, Rehman Malik, negou o envolvimento da ISI nos ataques no Afeganistão. Além disso, Malik reafirmou a soberania do país, declarando que seu governo não irá autorizar qualquer operação dos EUA contra a rede Haqqani dentro do Paquistão. No dia seguinte ao depoimento de Mullen, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, confirmou que os EUA não devem cortar relações com o Paquistão, mas exigem uma medida imediata do governo paquistanês contra o terrorismo. A notícia repercutiu no Senado, que considera propostas para acabar com o apoio de mais de US$ 2 bilhões anuais para o Paquistão. Embora declarações dos EUA sobre o envolvimento da ISI com a rede não sejam novidade, essa é a primeira vez que uma autoridade militar acusa formalmente a agência.