Envolvimento dos EUA na Somália excede ajuda humanitária
A Casa Branca anunciou, no dia 8, a aprovação de US$ 105 milhões para combater a seca e a fome no leste africano, especialmente na Somália. Porém, o envolvimento dos EUA no país não se restringe à ajuda humanitária. A preocupação de Washington com o grupo islâmico Al Shabab levou os EUA a se envolver no conflito a partir de 2010. O Al Shabab combate o governo somali e controla o sul do país, além de manter laços com a Al Qaeda. Exceto por ataques ocasionais com aviões não tripulados, a atuação dos EUA tem sido indireta. Recentemente, o Pentágono anunciou ao Congresso intenção de dar US$ 45 milhões em equipamentos militares às Forças Armadas de Uganda e Burundi, que fazem parte da missão de paz da União Africana (UA) na Somália. Estes países têm contratos com a empresa de segurança dos EUA, Bancroft Global Development. Os contratos envolvem treinamento de soldados, cujos custos são reembolsados aos países africanos pelo Departamento de Estado. Segundo oficiais da ONU e da UA, a melhora qualitativa das forças de paz teria levado o Al Shabab a deixar a capital Mogadíscio no último dia 5. Apesar dos avanços, cresce o debate nos EUA sobre a terceirização do conflito. Militares acreditam que o treinamento pelas empresas não é suficiente para derrotar o Al Shabab. Congressistas também alegam ser difícil rastrear o destino dos fundos para o conflito. Já Johnnie Carson, secretário-assistente do Departamento de Estado para Assuntos Africanos, declarou que os EUA adotam ações indiretas para evitar a repetição do fracasso da invasão de 1993 no país, que resultou na morte de 18 militares dos EUA.