Paquistão reage à suspensão de ajuda financeira dos EUA
Em entrevista no dia 11, o ministro da Defesa paquistanês, Ahmed Mukhtar, reagiu com tom desafiador à decisão dos EUA de postergar ajuda financeira a seu país. Parte dos US$ 800 milhões acordados são destinados a manter tropas paquistanesas na fronteira com o Afeganistão. Segundo Mukhtar, a suspensão da ajuda poderá levar à retirada dos soldados paquistaneses da região, prejudicando o combate à insurgência. Para a secretária de Estado Hillary Clinton, a retenção da verba foi uma forma de pressionar o aliado a aumentar a cooperação bilateral, o que ressalta a deterioração nas relações entre os dois países. O porta-voz do Pentágono, David Lapan, afirmou que a medida está relacionada à diminuição da emissão de vistos para agentes de inteligência e soldados dos EUA envolvidos em treinamento de militares paquistaneses. A decisão da Casa Branca pode ser contraproducente se a ameaça do ministro for levada adiante. Um oficial sênior paquistanês disse à rede CBS que o fortalecimento dos laços entre seu país e a China na área de defesa poderia suprir a ausência dos EUA. Segundo o analista Daniel Markey, do Council on Foreign Relations, a suspensão da ajuda militar não é suficiente para mudar a postura estratégica do Paquistão. Com o sentimento de antimericanismo crescendo no país, inclusive entre militares, as lideranças paquistanesas correriam risco político em ceder à pressão por parecerem submissos aos EUA. Markey defende uma ação dos EUA que inclua iniciativas diplomáticas para fazer com que outros aliados do Paquistão, como Arábia Saudita e China, também pressionem Islamabad.