Rivalidade Índia-Paquistão dificulta solução no Afeganistão

Em visita ao Afeganistão no dia 12, o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh anunciou aumento da ajuda financeira ao país em US$ 500 milhões. A Índia já contribuiu com US$ 1,5 bilhões desde a invasão dos EUA ao Afeganistão em 2001. O novo acerto seria voltado para projetos educacionais e desenvolvimento econômico. Diante dos últimos acontecimentos na região e da especulação em torno do começo da retirada das tropas ocidentais, a Índia espera aproveitar a oportunidade para ampliar os laços com o governo afegão e minimizar a presença de seu maior rival, o Paquistão. O enviado especial dos EUA para o Afeganistão e o Paquistão, Mark Grossman, chegou a pedir a Singh o adiamento da viagem. A administração Obama teme que a estratégia de aproximação indiana seja mal recebida pelo governo paquistanês e prejudique os interesses dos EUA, uma vez que Islamabad teria condicionado sua cooperação no conflito a esforços para limitar a influência da Índia. Segundo analistas, a ameaça representada pela Índia seria um dos fatores que levaram os órgãos de segurança paquistaneses a se relacionar com o Talibã no Afeganistão. Ironicamente, os EUA dependem do poder de influência do governo paquistanês sobre os líderes talibãs para negociar acordos de paz. Nesse sentido, especialistas acreditam que, apesar dos EUA destacarem a parceria estratégica com a Índia e desejarem manter um determinado equilíbrio de poder na região, a cooperação com o Paquistão terá prioridade, a fim de encerrar um conflito de quase dez anos.

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