Lobby nuclear intensifica atuação em Washington
Lobistas e empresários de energia nuclear intensificaram contatos em Washington após o problema no Japão. Em depoimento no Congresso, membros do Instituto de Energia Nuclear (NEI) e da Exelon, maior operadora de reatores, garantiram que as usinas são seguras. A preocupação é responder aos questionamentos sobre segurança de forma rápida para evitar o erro da BP, que irritou o Congresso com a demora em se pronunciar sobre o vazamento de petróleo em 2010. O lobby nuclear é muito atuante no nível federal: Exelon, Duke Energy e NEI contribuíram com mais de US$ 10 milhões para as campanhas eleitorais em 2010. As doações destinaram-se aos dois partidos, embora com mais peso para os democratas devido à maior ligação dos republicanos com a indústria de petróleo, gás e carvão. O objetivo era incentivar o sistema cap-and-trade (limite e comércio de emissões de carbono), que beneficiaria os produtores de energia nuclear ao taxar seus concorrentes no ramo fóssil. Como o sistema não foi aprovado, os lobistas esperam que as contribuições mantenham o canal aberto na crise atual. No que depender do governo, os lobistas não têm o que temer. Barack Obama ordenou na quinta-feira, 17, uma revisão do sistema de segurança de todas as usinas, mas reafirmou que energia nuclear continua sendo parte importante do futuro energético do país. Já Henry Waxman (D-CA), líder da minoria no Comitê de Energia e Comércio da Câmara, disse que o Congresso não deve confiar apenas nas garantias dadas pelas indústrias, mas conduzir investigações próprias.