Terremoto no Japão abala setor nuclear nos EUA
O futuro da indústria nuclear nos EUA ficou mais incerto após a explosão de reatores japoneses no dia 12. Responsável por 20% da eletricidade no país, o setor enfrenta dúvidas sobre segurança em um momento delicado. Como nenhuma permissão foi renovada nos 30 anos seguintes ao acidente nuclear em Three Mile Island em 1979, algumas licenças devem expirar ainda nessa década. O desinteresse dos investidores, a concorrência do baixo preço do gás e a inexistência de um depósito permanente para lixo atômico desestimulam a construção bilionária de novos reatores. Apesar disso, a indústria é considerada por Barack Obama uma opção para reduzir a dependência de petróleo e as emissões de carbono. No discurso do Estado da União, Obama destacou a importância do setor, para o qual propôs US$ 36 bilhões em empréstimos. Porém, para o líder da minoria do Comitê de Recursos Naturais da Câmara, Edward Markey (D-MA), o governo devia proibir novos reatores em áreas com abalos sísmicos até aprimorar os planos de segurança. Mesmo apoiando o uso de energia nuclear, o presidente do Comitê de Segurança Doméstica e Assuntos Governamentais, Joe Lieberman (I-CT), defendeu a suspensão temporária em todas as regiões. A Comissão Reguladora Nuclear (NRC) declarou em carta ao Congresso que os 104 reatores em funcionamento estão preparados para enfrentar qualquer desastre natural, no que parece ser uma tentativa de acalmar os democratas. Mitch McConnell (R-KY), líder da minoria no Senado, afirmou para a Fox News que a política doméstica não deve ser pautada pelos eventos no Japão.