Câmara aprova projeto de lei de gastos
A Câmara aprovou no sábado, 19, projeto de lei que financia o governo até outubro, quando termina o ano fiscal. A proposta, no montante total de US$ 1 trilhão, corta US$ 60 bilhões nos gastos discricionários do governo em relação aos níveis de 2010. O valor é a maior redução de gastos realizada em uma única peça de legislação na história do país. O projeto foi aprovado por 235 votos a 189, com todos os democratas e apenas três republicanos votando contra. Para entrar em vigor, a lei ainda precisa passar pelo Senado e ser sancionada pelo presidente, um cenário pouco provável. A discussão, iniciada na terça-feira, prolongou-se até sábado, sobretudo devido à decisão incomum do porta-voz da Câmara, John Boehner (R-OH), de eliminar restrições à proposição de emendas. Assim, mais de 500 emendas foram apreciadas, grande parte delas focada em cortes no financiamento da nova lei de saúde, na Agência de Proteção Ambiental, e em repasses para projetos das Nações Unidas. Democratas acreditam que os cortes propostos são profundos demais e prejudiciais a ainda frágil economia. Uma pesquisa do Instituto de Política Econômica estima que a redução de gastos resultaria na perda de cerca de 800 mil empregos. Por outro lado, republicanos ressaltam os riscos de um déficit superior a US$ 1,6 trilhões previsto para 2011, citando como exemplos as crises enfrentadas por Grécia e Irlanda. O Congresso precisa aprovar uma nova autorização de gastos até dia 4 de março, quando expira a atual. Caso um acordo fracasse, o governo ficará sem autorização orçamentária, levando-o a uma paralisação.