Boletim OPEU

Boletim OPEU – Novembro 2024

Crédito: Natália Constantino com atualização de Carolina Weber

Por Equipe OPEU, com edição de Rafael Seabra, PhD* [Divulgação] [Boletim OPEU]

Confira abaixo o compilado das publicações do OPEU em novembro de 2024:

O futuro governo Trump e as Relações Internacionais

Williams Gonçalves 

A vitória eleitoral de Donald Trump suscita a certeza de que a política externa dos Estados Unidos mudará. A certeza vem das ideias que ele agitou em sua campanha e da prática de seu governo passado. Quais serão precisamente as mudanças, ainda é muito cedo para saber. As ideias parecem ser as mesmas que conduziram seu governo anterior, mas a conjuntura já não é mais a mesma. Alguns desafios evoluíram, e outros novos apareceram. Leia mais

Eleições 

Eleições nos Estados Unidos da América: uma perspectiva a partir do Colorado

Roberto Moll Neto, direto de Denver, no Colorado, EUA

As eleições nos Estados Unidos da América (EUA) são um mistério tanto para a maioria dos brasileiros quanto para os próprios estadunidenses. O presidente do país não é escolhido pela soma dos votos individuais. Na prática, quem elege o presidente dos EUA são os estados, que funcionam como entidades autônomas em uma confederação. Cada estado tem um número determinado de votos, baseado na quantidade de representantes de que dispõe no Congresso americano. Todos os estados têm dois senadores e um número de deputados proporcional à sua população, conforme o Censo realizado a cada dez anos. Portanto, estados mais populosos têm mais deputados. Com exceção de Maine e Nebraska, os estados depositam todos os seus votos no candidato mais votado. Isso significa que os votos para o candidato menos votado são descartados. Esse modelo está alinhado com a tradição federalista e associativista do país, embora contrarie o mito de uma nação construída sobre o poder do indivíduo e sua relação direta com o Todo-Poderoso, Deus. Leia mais

Registro de uma watch party do debate Harris-Trump em um pub em D.C.

Lucas Amorim, direto de Washington, D.C., EUA

O debate entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump prometia ser a primeira, e talvez única data, em que os candidatos à Presidência dos Estados Unidos se encontrariam face a face antes das eleições em 5 de novembro. Ciente da possibilidade de um outro debate entre os presidenciáveis não acontecer e tendo em vista a presença deste autor na capital americana, ficou acertada a decisão de que aquela noite não deveria ser gasta no diminuto quarto na suburbana Woodridge, a meros quarteirões da divisa com Maryland. Os hiperpolíticos habitantes da capital congregavam-se em bares, pubs e universidades para assistir juntos a um dos momentos mais marcantes da campanha de 2024, carregada de eventos inéditos, o que se convertia em uma oportunidade de mergulhar na cultura política local. Leia mais

Eleição presidencial nos EUA: quem herdará a crise na Ucrânia?

Beatriz Maria Lamarca Lupetti e Vitor Kishimoto Cavani 

A tensão e o conflito entre Rússia e Ucrânia já duram mais de dez anos — desde, pelo menos, a Crise da Crimeia (2014) —, caracterizando um relacionamento complexo e ativo. Os combates que se seguem começaram em 24 de fevereiro de 2022, quando o Exército Russo invadiu o território ucraniano, dando início a uma guerra maciça. Leia mais

As urnas estão abertas: votos da população negra e latina serão decisivos

Tatiana Carlotti, para Fórum 21/Opera Mundi/Fatoflix, direto da Filadélfia, na Pensilvânia, EUA

As igrejas, as bibliotecas, as escolas e outros órgãos públicos abriram as portas às sete horas da manhã nesta terça-feira (5) aos milhões de eleitores dos Estados Unidos. Até agora, apenas de votos antecipados, foram mais de 78 milhões, quase a metade dos 154 milhões de votos registrados na eleição de 2020. Leia mais

The day after nas ruas da Filadélfia

Tatiana Carlotti, para Fórum 21/Opera Mundi/Fatoflix, direto da Filadélfia, na Pensilvânia, EUA

Foi de lavada. Donald Trump conquistou o apoio de 295 delegados frente os 226 de Kamala Harris no Colégio Eleitoral. E ganhou na Pensilvânia (50,5%), no Arizona (52%), na Carolina do Norte (51,1%), na Geórgia (50,7%), em Michigan (49,8%), em Nevada (51,5%) e em Wisconsin (49,7%), citando apenas os estados-pênduloLeia mais

A América como ela é

Tatiana Teixeira e Victor Cabral, para O Povo

As igrejas, as bibliotecas, as escolas e outros órgãos públicos abriram as portas às sete horas da manhã nesta terça-feira (5) aos milhões de eleitores dos Estados Unidos. Até agora, apenas de votos antecipados, foram mais de 78 milhões, quase a metade dos 154 milhões de votos registrados na eleição de 2020. Leia mais

Eleições: Kamala Harris e o Partido Democrata

A derrota do Partido Democrata

Roberto Moll Neto, direto de Denver, no Colorado, EUA

O Partido Democrata sofreu uma derrota amarga na eleição presidencial de 2024. Após a mobilização e, até mesmo, a euforia gerada pela nomeação de Kamala Harris para enfrentar Donald Trump, do Partido Republicano, a legenda democrata, que completará 100 anos na próxima disputa presidencial, perdeu categoricamente a corrida, tanto no voto popular quanto no Colégio Eleitoral. Em números, o Partido Democrata, que recebeu 81.283.501 votos em 2020, obteve 67.460.568 votos em 2024, sem contar 35% dos votos do Arizona e 15% dos votos de Nevada. Independentemente do resultado final nesses dois estados, a diferença será significativa, sobretudo, considerando-se que o eleitorado aumentou de aproximadamente 239 milhões, em 2020, para 250 milhões em 2024. Leia mais

Segredos dos bastidores nos últimos dias da campanha democrata

Lucas Amorim, direto de Washington, D.C., EUA

Há algumas semanas, um colega soou um alerta falso: havia vários ônibus levando interessados em assistir a um vindouro comício de Kamala Harris na Filadélfia, Pensilvânia. Apesar de, posteriormente, termos tido a oportunidade de assistir ao discurso da vice-presidente em Washington, o ônibus do qual o amigo falara era para levar voluntários para bater de porta em porta, uma atividade comum nas campanhas estadunidenses, conhecida como canvassing. Ainda que não correspondesse ao originalmente anunciado, pedi que ele me enviasse o link, que deixei salvo em algum lugar no meu celular. Leia mais

Público recorde assiste ao discurso de Kamala Harris em Washington, D.C.

Lucas Amorim, direto de Washington, D.C., EUA

Estar em Washington implica a dicotomia entre se encontrar fisicamente próximo dos espaços de poder mais importantes do mundo, como a Casa Branca, o Capitólio e o Pentágono, e, ao mesmo tempo, não ter um contato direto com aqueles que os ocupam ou, em se tratando de um período eleitoral, pretende ocupá-los. Com a exceção dos voos do helicóptero presidencial Marine One e da eventual coluna de automóveis que indica a passagem de uma alta autoridade, são raras as aparições públicas do presidente e de altas lideranças, ou de eventos de campanha dos candidatos à Presidência. Leia mais

Ao vivo de Nova York: Kamala Harris e Saturday Night Live como plataforma de campanha

Danilo Faustino 

No sábado (2), Kamala Harris, candidata à Presidência pelo Partido Democrata, fez uma participação surpresa no programa de comédia Saturday Night Live (SNL). Segundo o jornal The New York Times, a presença da vice-presidente foi negociada durante toda a semana, mas a campanha de Harris não havia confirmado, nem divulgado, a possível aparição da candidata. Leia mais

A candidatura de Kamala Harris e o contraponto da demanda dos eleitores negros

Stéfani Pires e Silva 

Há dois meses, Kamala Harris conseguiu um impulso importante em sua candidatura com seu discurso na Convenção Democrata. Na ocasião, ela destacou sua trajetória pessoal, resgatando suas origens como filha de imigrantes – seu pai, de origem jamaicana, e sua mãe, da Índia –, o que ajudou a aproximá-la mais de seus potenciais eleitores. Em um país em que o racismo está presente de forma significativa, expresso pela violência e pela discriminação direcionada à população preta e também à população migrante, a fala de Harris foi importante e representativa para uma parcela significativa da população. Leia mais

“União, não divisão”: o argumento final de Harris

Augusto Scapini 

No dia 29 de novembro, a campanha de Kamala Harris, candidata democrata à Presidência dos EUA, organizou seu maior comício, no President’s Park South, em Washington, D.C., parque que faz parte do complexo de edifícios administrativos do governo. Além de contar com a ampla visão da Casa Branca no horizonte, o local, popularmente conhecido como a Elipse, foi escolhido por ter um grande valor simbólico, pois foi onde o ex-presidente – e atual rival de Harris – Donald Trump proferiu seu fatídico discurso em 6 de janeiro de 2021, incentivando a população americana a “lutar como o inferno” após sua derrota nas eleições de 2020. Horas após a fala, centenas de seus apoiadores invadiram o edifício do Capitólio, a fim de interromper a contabilização dos votos pelo Congresso americano, revolta que resultou na morte de pelo menos sete pessoas, no ferimento de centenas e na prisão de milhares maisLeia mais

Eleições: Donald Trump e o Partido Republicano

Trump, MAGA e os EUA enfrentam as eleições presidenciais de novembro de 2024 e mais além

Wayne A. Selcher, PhD, direto de Elizabethtown, na Pensilvânia, EUA 

Características notáveis da eleição presidencial americana de novembro de 2024 diferenciam-na consideravelmente das eleições anteriores, com várias “primeiras vezes”. Depois que o presidente Joe Biden (81 anos) foi finalmente convencido pelos principais líderes democratas a não concorrer à reeleição como o presidente mais velho a fazê-lo, ele designou a vice-presidente Kamala Harris (59 anos) para esse papel, ainda que tardio, o que representou um desafio para sua campanha. De origem étnica do sul da Índia (tâmil) e jamaicana, ela é apenas a segunda mulher a concorrer a esse cargo a ser indicada por um dos dois principais partidos, depois de Hillary Clinton em 2016, e é a primeira mulher negra nesse papel. Leia mais

Donald Trump e a avalanche republicana

Victor Cabral, Tatiana Teixeira, Augusto Scapini, Luísa Barbosa, Eduardo Mangueira, Lucas Machado e Luiza Bueno (Panorama EUA)

A avalanche vermelha foi confirmada. Às 7h35 do horário de Brasília de 6 de novembro de 2024, os principais veículos de imprensa estadunidenses confirmaram a vitória de Donald Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos da América. Trump venceu a eleição, após ultrapassar a barreira de 270 delegados necessários para retornar à Casa Branca, ao ganhar o estado de Wisconsin e atingir 276 delegados. Contabilizando os delegados que faltam ser definidos nos estados em que Trump tem maioria de votos até o fechamento deste Panorama EUA, ele terminará essa eleição com 312 delegados, seis a mais do que Joe Biden em 2020, e de seu próprio resultado, na vitória de 2016. Com 78 anos completados em 14 de junho, Trump se torna a pessoa mais velha a chegar à Casa Branca. Leia mais

‘Nunca recuaremos e nunca, nunca, nunca nos renderemos’: o argumento final de Donald Trump

Andressa Mendes 

No dia 27 de outubro, a nove dias da eleição presidencial dos Estados Unidos, o candidato Donald Trump realizou um comício no Madison Square Garden, lugar icônico e importante da cidade de Nova York. Apesar de estar localizada em um estado historicamente democrata, Trump escolheu o Madison Square Garden para sediar o que seria — e foi — um dos eventos mais propagados e comentados pela mídia, o qual contou com a arrecadação de fundos para as campanhas republicanas e foi um reforço às candidaturas aos assentos na Câmara dos Representantes (Deputados) dos EUA. Leia mais

Efeito Trump: expectativas da onda vermelha e reações do mercado global após vitória

Isabelle Silva Soares, com supervisão de Aline Regina Alves Martins 

Embora ainda incipiente, a vitória de Trump trouxe movimentações para a economia norte-americana e criou expectativas e projeções em diversas outras economias do globo. Leia mais

Como Trump reconquistou os estados-pêndulo na eleição de 2024?

Lauro Henrique Gomes Accioly Filho 

Uma série de fatores são mencionados sobre o alcance da “avalanche vermelha” de Donald Trump no resultado das urnas em 2024, entre eles, o pouco tempo de campanha que sua adversária democrata, Kamala Harris, teve para ganhar espaço e apresentar suas propostas aos americanos. Em que pesem tais ponderações, Trump soube lidar com o descontentamento sobre o custo de vida, lembrando aos eleitores, frequentemente, que a inflação não era um problema quando ele estava no comando. Leia mais

Governo Trump 2.0

Trump ganhou: e agora? Vem com o OPEU!

Tatiana Teixeira, com seleção de Rafael Seabra (seleção de textos Wayne Selcher)

Há muito para ler, escutar e assistir sobre as eleições estadunidenses de 2024. A quantidade e a variedade do material disponível sobre o tema é, realmente, gigantesca. Por isso mesmo, é difícil discernir entre aquilo em que vale a pena investir nosso tempo (por sua qualidade e acessibilidade do conteúdo) e aquilo que pouco acrescentará ao que já sabemos. Passado o 5 de novembro, com a entrada na última etapa do atual ciclo eleitoral — conclusão da apuração dos votos nas eleições em todos os níveis, desdobramentos e acompanhamento da equipe de transição —, é hora de nos concentrarmos mais estritamente no ganhador das eleições. Leia mais

Projeto 2025 e acesso ao aborto pós-vitória republicana

Ingrid Marra 

A vitória eleitoral de Donald Trump suscita a certeza de que a política externa dos Estados Unidos mudará. A certeza vem das ideias que ele agitou em sua campanha e da prática de seu governo passado. Quais serão precisamente as mudanças, ainda é muito cedo para saber. As ideias parecem ser as mesmas que conduziram seu governo anterior, mas a conjuntura já não é mais a mesma. Alguns desafios evoluíram, e outros novos apareceram. Leia mais

A escolha de Mike Waltz para conselheiro de segurança nacional: o falcão anti-China

Yasmim Abril M. Reis 

A lealdade tem sido o principal aspecto na escolha do gabinete do novo governo Donald Trump em 2025, segundo o próprio Trump. Não por coincidência, para o cargo de conselheiro de Segurança Nacional, no dia 12 de novembro, o republicano convidou Michael Waltz — conhecido também como Mike Waltz — para assumir o cargo. Diferentemente do processo de confirmação dos nomes indicados para outros gabinetes do governo que necessitam da aprovação do Senado, o cargo de conselheiro de Segurança Nacional não requer esse processo. Portanto, se o convite for aceito, é oficialmente o primeiro nome do governo Trump 2.0. Leia mais 

O que significa a nomeação de Marco Rubio como secretário de Estado para a política externa dos EUA?

João Gabriel Gaspar Ballestero 

Há pouco confirmado como futuro secretário de Estado, Marco Rubio, de 53 anos, filho de trabalhadores cubanos que imigraram para os EUA poucos anos antes da Revolução de 1959, é a pedra no sapato dos analistas políticos, que previam uma postura mais isolacionista por parte da segunda gestão Trump, não obstante esteja em linha com a doutrina político-econômica trumpista de “libertarianismo”, no mercado interno, e de protecionismo, no externo, e com o MAGA, advogando o resgate do American Dream. Leia mais

O raio cai duas vezes no mesmo lugar: a indicação de RFK Jr. para Saúde no governo Trump 2.0

Henrique Menezes 

Donald Trump declarou recentemente pelo Twitter a indicação de Robert F. Kennedy Jr. para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, com uma postagem forte e polêmica, que fez soar sinais de alerta, especialmente para a indústria norte-americana. Robert F. Kennedy Jr, filho do ex-procurador-geral dos Estados Unidos e senador por Nova York, Bobby Kennedy, assassinado em 1968, e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, carrega um dos sobrenomes mais icônicos da política americana. No entanto, o advogado de 70 anos construiu sua notoriedade não pelo legado político de sua família, mas por sua controversa atuação na disseminação de desinformação e fake news sobre vacinas e outras questões relacionadas à saúde pública. Entre suas declarações mais polêmicas e amplamente desmentidas, está a alegação de que vacinas causariam autismo e a afirmação de que não existem imunizantes verdadeiramente eficazes e seguros. Kennedy Jr. também se posiciona como um crítico ferrenho das políticas de vacinação infantil. Leia mais

Dentro do gabinete republicano: Kash Patel, o ‘mago’ de Trump

Vitória Moreira Zambiazzi 

Donald Trump declarou recentemente pelo Twitter a indicação de Robert F. Kennedy Jr. para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, com uma postagem forte e polêmica, que fez soar sinais de alerta, especialmente para a indústria norte-americana. Robert F. Kennedy Jr, filho do ex-procurador-geral dos Estados Unidos e senador por Nova York, Bobby Kennedy, assassinado em 1968, e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, carrega um dos sobrenomes mais icônicos da política americana. No entanto, o advogado de 70 anos construiu sua notoriedade não pelo legado político de sua família, mas por sua controversa atuação na disseminação de desinformação e fake news sobre vacinas e outras questões relacionadas à saúde pública. Entre suas declarações mais polêmicas e amplamente desmentidas, está a alegação de que vacinas causariam autismo e a afirmação de que não existem imunizantes verdadeiramente eficazes e seguros. Kennedy Jr. também se posiciona como um crítico ferrenho das políticas de vacinação infantil. Leia mais

It’s the economy, stupid’: Trump 2.0 e a síntese perfeita

Yasmim Abril M. Reis 

Parafraseando o diplomata João Paulo Soares Alsina Jr. (2003) em seu artigo intitulado “A síntese imperfeita: articulação entre política externa e política de defesa na era Cardoso”, é possível extrair uma ideia pertinente da sua tese defendida que se encontra na articulação do governo Donald Trump (2017-2021), agora podendo ser nomeado como Trump I, de que há políticas setoriais que se articulam em diferentes esferas governamentais. Enquanto Alsina Jr. analisa a simbiose entre a política externa e a política de defesa, este Informe OPEU se utilizará de seu argumento para explorar de que forma a política setorial para a China dialoga com diferentes eixos, como o econômico-comercial, para compreendermos, ou ao menos termos algum início de reflexão, sobre como a China será inserida no governo Trump II, que se iniciará em 20 de janeiro de 2025. Leia mais

Política ambiental: Trump e o que esperar para os próximos anos

Kayla Arnoni Vertematti Baptista 

A política de Donald Trump (2017-2021) para o meio ambiente sempre foi muito agressiva no quesito de desregulamentações, sendo essa iniciativa a principal, e sem outras grandes propostas. Ele promete que, para cada regra que será aprovada, duas serão vetadas. Uma análise do jornal The New York Times revelou que aproximadamente 100 regulamentações ambientais foram oficialmente revogadas, revertidas ou modificadas, apenas ao longo de seu primeiro mandato. A maioria delas se deu nas áreas de poluição do ar e de extração de minérios. Leia mais

A postura dos EUA no Acordo de Paris sob a ótica trumpista

Andy Mickelly Canovas Lima 

Um dos maiores desafios que o sistema internacional enfrenta nos dias atuais é a mudança climática, que tem impactos profundos em questões geopolíticas, econômicas e até mesmo de segurança internacional. No centro dessa transformação, os Estados Unidos ꟷ um dos maiores emissores históricos de gases de efeito estufa, de acordo com o Instituto Potsdam ꟷ têm um papel crucial na formulação de políticas globais sobre o clima. O Acordo de Paris, firmado em 2015, foi um marco importante nesta batalha contra a mudança climática, estabelecendo compromissos globais para conter o aquecimento global a menos de 2°C em comparação com os níveis pré-industriais, ou seja, as condições climáticas médias da Terra antes do início da Revolução Industrial, por volta de 1850, quando as atividades humanas começaram a emitir grandes quantidades de gases de efeito estufa. O objetivo proposto pelo tratado é limitar o aquecimento a 1,5°C.  Leia mais

O que esperar dos desdobramentos da relação sino-americana em Trump 2.0 ?

Aline Regina Alves Martins e Isabelle Silva Soares 

A partir do “milagre econômico chinês” do fim dos anos 1970, estabeleceu-se uma parceria profícua entre o capital estadunidense e o governo chinês. Enquanto corporações dos Estados Unidos buscavam mão de obra mais barata para conter a queda dos lucros, Pequim via nos investimentos estadunidenses um caminho para desenvolver sua economia e obter tecnologias mais avançadas. Ao longo das décadas, porém, os interesses das maiores economias do mundo se tornaram cada vez mais divergentes, e a parceria estratégica deu lugar a uma grande rivalidade. O primeiro governo de Donald Trump marcou o acirramento das relações sino-americanas, uma tendência que se consolidou na gestão de Joe BidenLeia mais

O que acontecerá se Trump cumprir sua promessa de deportações em massa?

Victor Cabral, para The Conversation Brasil

O segundo governo de Donald Trump só começa em janeiro do ano que vem, mas uma de suas mais célebres promessas de campanha tem tudo para provocar um impacto sem precedentes nas relações dos Estados Unidos com a América Latina, especialmente o México: o aumento do controle migratório na fronteira Sul, a sobretaxação de produtos mexicanos e a controvertida medida de deportação em massa de imigrantes indocumentados. Leia mais

Trump e os perigos à democracia americana

Haylana Burite, para O Povo

A vitória de Donald Trump nas eleições de 2024 marca um capítulo controverso na política dos EUA. Aos 78 anos, ele se torna o presidente mais velho e o único a assumir o cargo com uma condenação criminal e três processos em andamento, além de receber um impeachmentLeia mais

Chutando a escada: trumpismo 2.0

Filipe Mendonça (Divulgação)

Neste episódio, recebemos o professor Roberto Moll, visiting scholar na Universidade de Denver (EUA) e especialista em História da América. Em uma análise que atravessa história e política contemporânea, o episódio explora as dinâmicas do trumpismo e o papel do Partido Democrata nos Estados Unidos. Moll discute como a classe trabalhadora americana, especialmente os brancos de classe média, tem reagido às políticas neoliberais das últimas décadas, enquanto forças como o conservadorismo religioso e a violência urbana moldam a sociedade americana. Leia mais

EUA e Blocos Internacionais: BRICS, ONU e G20

Os Estados Unidos e a Cúpula do BRICS em Kazan

Williams Gonçalves 

A ordem internacional liberal construída pelos Estados Unidos em Dumbarton Oaks e Bretton Woods, ancorada na ONU, no Banco Mundial (BIRD), no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no dólar como moeda internacional, recebe, na 16ª Cúpula do BRICS, em Kazan, realizada de 22 a 24 neste mês de outubro de 2024, a mais contundente contestação em toda sua existência. Sob a liderança do anfitrião do encontro, Vladimir Putin, representantes de 36 Estados, entre membros efetivos e convidados, além de representantes de seis organizações internacionais, reuniram-se para discutir mudanças na ordem internacional, de modo a trabalhar pelo reconhecimento da multipolaridade do sistema internacional e a buscar justiça nas relações entre os Estados, em lugar de regras. O encontro, que nas palavras do chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, reuniu o Sul Global e o Leste Global, representou, por assim dizer, o mais sério desafio jamais lançado contra a preponderância dos Estados Unidos nas relações internacionais. Leia mais

Novo sistema de pagamento do BRICS e a hegemonia do dólar no comércio mundial

Fernanda Frochtengarten e Mariana Valdisserra 

Em outubro de 2024, em uma reunião das autoridades financeiras dos países do BRICS em Moscou, o ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, solicitou aos seus parceiros a criação de uma alternativa financeira para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Em suas palavras: “O FMI e o Banco Mundial não estão desempenhando seus papéis. Eles não estão trabalhando nos interesses dos países BRICS. É necessário formar novas condições ou mesmo novas instituições, semelhantes às instituições de Bretton Woods, mas dentro da estrutura da nossa comunidade, dentro da estrutura do BRICS”. Leia mais

Os EUA ante o Pacto para o Futuro e a 79ª Sessão da Assembleia Geral da ONU

Rúbia Marcussi Pontes 

Em 22 de setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou o Pacto para o Futuro. Resultado de um longo processo de negociação entre os Estados-membros, o Pacto sintetiza 56 ações que devem guiar os trabalhos da ONU para enfrentar a tripla crise planetária e garantir um futuro mais sustentável e inclusivo para as gerações futuras. Leia mais

Sign of the Times

Marcos Cordeiro Pires, para China Daily

November is marked by three major global events: the APEC summit to be held in Peru from Nov 13 to 15; COP29, in Azerbaijan, from Nov 11 to 22; and the G20 summit, in Brazil, from Nov 18 to 19. Leia mais

América Latina

As relações entre EUA e Cuba sob a lente de Jon Alpert

José Eduardo Milheirão 

Em 1961, o então primeiro-ministro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Nikita Khrushchev, descobriu, durante viagem à Bulgária, que os Estados Unidos da América haviam instalado mísseis balísticos de médio alcance na Turquia. Naquele momento, o líder soviético constatou o quão grave era a situação, visto que as armas estavam apontadas para a URSS, e a distância entre os territórios russo e turco era pequena. Nesse cenário, Khrushchev prometeu retaliações aos estadunidenses e, a partir disso, passou a estreitar relações com uma ilha próxima à Flórida e recém-declarada socialista, Cuba. Leia mais

Seminários Releu: Elecciones en Estados Unidos, miradas desde América Latina (Divulgação)

El 20 de noviembre tuvo lugar el cuarto Seminario RELEU, con el tema «Elecciones en Estados Unidos: miradas desde América Latina». El evento fue retransmitido en directo a través del canal YouTube del INCT-INEULeia mais

Cultura

Capitão América: símbolo de soft power na era da cultura pop americana

Andy Mickelly Canovas Lima 

Com seu escudo icônico e de uniforme azul, o papel do Capitão América vai além de apenas um super-herói. Ele é um ícone cultural que está ligado ao conceito de soft power na era da cultura pop. Desde sua primeira aparição, em 1941, ele não apenas combate vilões, mas também é a personificação dos valores americanos, promovendo uma narrativa disseminada tanto por terras nacionais quanto internacionais, no sentido de liderança e de mediador de conflitos em todo o globo. Leia mais

O Evangelho d’O Sonho Americano, pela Rede Globo

João Gaspar 

Tratar do “Sonho Americano” sem se achegar à sua materialidade, como fez a Rede Globo, é produzir ideologia. Tendo isso em mente, ainda que se tenha, minimamente que seja, explorado já as contradições e perversidades de tal conceito – o qual remonta à emergência hegemônica dos Estados Unidos – urge que se descontrua, de fato, o mesmo, para além da sua simples reavaliação em sua atualidade e universalidade, de modo a se compreender, assim, as forças em jogo nas eleições deste mês. Leia mais

Segurança

Comando Sul dos EUA tem novo comandante em meio aos resultados da eleição presidencial

Yasmim Abril M. Reis 

No dia 7 de novembro de 2024, o Comando Sul dos Estados Unidos realizou a cerimônia de troca de comandante, em que a general Laura J. Richardson passou o cargo para o almirante de esquadra da Marinha Alvin Holsey. O Comando Sul (U.S. Southern Command) é um dos 11 Comandos Combatentes Unificados que integram o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Além disso, os pesquisadores Matheus Soares e Raphael Lima (2018) ressaltam que “o Comando Sul é responsável por todas as atividades de segurança do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que dizem respeito aos Estados-nação na América do Sul, América Central e no Mar do Caribe – exceto o México, a Guiana Francesa, as possessões e os territórios norte-americanos –, perfazendo uma área de aproximadamente 16 milhões de milhas quadradas”. Leia mais

OPEU

O que os dados dos mecanismos de busca dizem sobre o OPEU

Luiza Martins e Tatiana Teixeira (Divulgação)

O Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU) tem uma média de 5,6 mil acessos mensais no site por meio de tráfego orgânico, ou seja, usuários que acessam nossa página espontaneamente e sem estímulo de anúncios pagos, por meio de uma busca em diferentes mecanismos. Em setembro de 2024, atingimos 8.886 acessos de tráfego orgânico, e nosso melhor mês nessa categoria foi junho de 2024, com 9.218 acessos. O aumento dos acessos pode ter sido causado pela publicação de temas que estavam em alta no momento (e que assim permanecem), como as eleições nos Estados Unidos. Foi em junho, por sinal, que lançamos a bem-sucedida série “Atitudes, preocupações e preferências políticas dos eleitores de Trump”, de autoria do prof. Wayne Selcher (Elizabethtown, Pensilvânia, EUA). O primeiro Informe OPEU, intitulado “The Appeal of Donald J. Trump”, foi publicado no dia 24 do referido mês. Leia mais

Diálogos INEU – Maratone aqui!

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Resumo da Semana

Eleições nos EUA e o Clipping da Semana (de 19 a 25 out. 2024)

Eleições nos EUA e o Clipping da Semana (de 26 out. a 1º nov. 2024)

EUA e o Clipping da Semana (de 19 a 25 out. 2024)

EUA e o Clipping da Semana (de 26 out. a 1º nov. 2024)

 

Rafael Seabra é colaborador do OPEU/INCT-INEU, doutor em Economia Política Internacional (PEPI-UFRJ), mestre em Relações Internacionais (PPGRI-UFF) e economista (IE-UFRJ). Contato: rafaelhseabra@gmail.com.

** Revisão e edição: Tatiana Teixeira. Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

*** Sobre o OPEU, ou para contribuir com artigos, entrar em contato com a editora Tatiana Teixeira, no e-mailtatianat19@hotmail.com. Sobre as nossas Newsletters, para atendimento à imprensa, ou outros assuntos, entrar em contato com Tatiana Carlotti, no e-mailtcarlotti@gmail.com.

 

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