Presidente do Fed defende compra de títulos

Um dia após o Fed ter comprado cerca de US$2 bilhões em títulos do governo dos EUA, o presidente do banco, Ben Bernanke, defendeu a criticada injeção de liquidez para estimular a recuperação da economia. Em uma entrevista exibida na rede CBS no domingo, 05 de dezembro, Bernanke afirmou que se não fosse pelas medidas adotadas pelo Fed, o quadro econômico mundial poderia estar muito parecido com o da Grande Depressão de 1929. Ainda assim, reconheceu que o desemprego nos EUA, hoje em 9,8%, poderá levar até 5 anos para recuar à taxa considerada normal de cerca de 6%. O alto desemprego foi uma das justificativas para a anunciada compra pelo Fed de US$ 600 bilhões em títulos do governo nos próximos 18 meses. Bernanke explicou que a medida não causará descontrole da inflação como afirmam muitos e que, pelo contrário, evitará o risco de deflação. O dinheiro viria das reservas do próprio Fed, não contribuindo para o déficit orçamentário. O principal objetivo é sinalizar baixas taxas de juros de médio prazo, estimulando assim o crescimento econômico. Bernanke considerou improvável uma nova recessão, já que os setores econômicos mais cíclicos, sobretudo o imobiliário, não têm margem para decair muito. Esquivando-se da pergunta sobre os cortes de impostos da era Bush, afirmou apenas que este não seria o momento de priorizar a redução do déficit federal. Recomendou ainda ao Congresso que revisasse o código de impostos, “fechando buracos e diminuindo taxas”, a fim de incentivar o investimento, recomendação consonante com a proposta da comissão fiscal apontada por Obama.

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