Eleições

Trump e os perigos à democracia americana

‘Seção eleitoral’ (Crédito:  STML under CC BY-NC-ND 2.0)

Por Haylana Burite* [Republicação] [Eleições 2024] [Donald Trump] [Democracia Americana]

A vitória de Donald Trump nas eleições de 2024 marca um capítulo controverso na política dos EUA. Aos 78 anos, ele se torna o presidente mais velho e o único a assumir o cargo com uma condenação criminal e três processos em andamento, além de receber um impeachment

Após sua vitória, Trump declarou que sua eleição seria uma vitória para o povo americano, prometendo “tornar a América grande novamente”. Críticos alertam, no entanto, para os riscos de polarização crescente, ataques às instituições democráticas e um discurso de ódio que divide a sociedade e desafia as normas estabelecidas.

Em 2016, Trump foi condenado por fraude contábil relacionada para evitar um escândalo sexual. Ele também enfrenta três processos enquanto réu: por interferir nas eleições de 2020 na Geórgia, por incitar a invasão do Capitólio em 2021 e por reter documentos confidenciais da CIA após deixar a Presidência.

A campanha de Trump, centrada em questões como imigração, economia e inflação, resultou em sua vitória ao conquistar os estados-chave, assegurando os 270 delegados necessários. Sua vitória no voto popular, a primeira de um republicano desde 2004, evidencia o apelo do discurso nacionalista e suas promessas de “restaurar” os Estados Unidos.

Kamala Harris, primeira mulher negra e asiático-americana a concorrer à Presidência da Casa Branca gerou grandes expectativas como defensora da democracia e dos direitos humanos. Seu discurso na Convenção Nacional Democrata, que enfatizou suas origens imigrantes, conectou-a com eleitores afetados pelo racismo e pela discriminação. 

Não obteve, contudo, uma vantagem significativa entre negros, jovens, mulheres e hispânicos, que foram decisivos para a vitória de Trump. Esse resultado levanta questões sobre o futuro das democracias, o avanço da extrema direita no mundo, o impacto dos discursos populistas e o papel das redes sociais na mobilização de eleitores, inclusive em minorias tradicionalmente democratas.

 

* Haylana Burite é pesquisadora bolsista de Iniciação Científica do OPEU (INCT-INEU/PIBIC-CNPq) e graduanda em Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IRID/UFRJ). Contato: buritehaylana@gmail.com.

** Publicado originalmente no site do jornal O Povo, em 7 nov. 2024. Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

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