Exploração de petróleo em cuba alarma os EUA
Meses depois do acidente da BP no Golfo do México, os EUA temem que perfurações a 50 milhas da costa da Flórida apresentem os mesmos riscos depois que a espanhola Repsol anunciou exploração em águas territoriais cubanas em 2011. Segundo oceanólogos, um eventual vazamento poderia atingir a costa dos EUA em menos de três dias. A maior preocupação é com as dificuldades técnicas e financeiras de Cuba para prevenir ou conter um problema desta grandeza. Além de ser uma questão de soberania externa, o embargo comercial vigente há cinco décadas impede que empresas dos EUA intervenham em situação de emergência. Sob o argumento da segurança ambiental, o setor fóssil vem tentando obter licenças em órgãos do Executivo para atuar diretamente em Cuba, e não mais por meio de petrolíferas estrangeiras, como a Repsol e a Petrobrás. De acordo com Charles Luoma-Overstreet, porta-voz do Departamento de Estado, as licenças seriam analisadas caso a caso. Para o governador democrata do estado do Novo México, Bill Richardson, o fator ambiental pode ajudar o lobby petrolífero a convencer os republicanos no Congresso a atenuar o embargo. Se bem-sucedida a iniciativa, o risco passaria a ser eleitoral e econômico, já que congressistas e indústrias de petróleo poderiam ser punidos pela comunidade cubano-americana da Flórida nas urnas e nas bombas de gasolina.