Impasse político no Iraque mais próximo do fim
Avanços foram feitos nos últimos dias para acabar com o impasse político que perdura no Iraque há sete meses. A Aliança Nacional – formada pelos partidos xiitas Estado de Direito, de Nouri al-Maliki, e a Aliança Nacional Iraquiana, do sadrista anti-EUA e pró-Irã Moqtada al-Sadr – concordaram com o nome de al-Maliki para primeiro-ministro. A formação efetiva do governo dependeria ainda do provável apoio curdo. Entretanto, esta composição não criaria um arranjo estável. O Iraqyia, partido do xiita secular Ayad Allawi, apoiado por sunitas, recebeu o maior número de votos nas eleições e pretende boicotar o novo governo caso seja excluído. Segundo recente pesquisa de opinião pública, 74% dos iraquianos acreditam que Allawi deve integrar a coalizão governamental, e 56% consideram ilegítimo um governo sem ele. A Aliança Nacional e o Iraqiya têm discutido um acordo de compartilhamento de poder. Allawi garantiu apoio à indicação de al-Maliki caso receba a presidência e os setores de política externa, energia e defesa, o que tiraria dos curdos o papel de fiel da balança e o posto presidencial. Estabilizar politicamente o Iraque é crucial para o cronograma de retirada de tropas dos EUA anunciado para 2011, a ponto dos EUA aceitarem a participação de al-Sadr, residente no Irã e aliado dos aiatolás. Para Christopher Hill, ex-embaixador dos EUA no Iraque, é prematuro afirmar que ele fez acordos problemáticos com o Irã, mas sua presença no governo é preocupante.