EUA e o Resumo da Semana (de 8 a 14 nov. 2021)
O presidente francês, Emmanuel Macron, conversa com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, antes das cerimônias pelo 103º aniversário pelo Dia do Armistício, em 11 nov. 2021, em Paris (Crédito: Ludovic Marin, Pool via AP)
Resumo da Semana OPEU n 8 Nov 2021 (versão sem imagens)
Por Equipe Opeu
APEC, por Eduardo Mangueira
Na sexta-feira (12/11), os líderes dos 21 Estados-membros da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, no acrônimo em inglês) se reuniram por videoconferência, prometendo trabalhar juntos no combate à covid-19 e na recuperação econômica. O encontro teve a Nova Zelândia como país anfitrião e aconteceu em meio a tensões geopolíticas com a China. Nele, os Estados Unidos buscaram demonstrar interesse em aprofundar suas parcerias com os países da região para “garantir um Indo-Pacífico livre e aberto”. A próxima cúpula do grupo será na Tailândia. Os EUA se ofereceram para sediar a reunião que ocorrerá em 2023, sendo necessária a aquiescência da Rússia para que se alcance o consenso, e a proposta seja aprovada.
China e Rússia, por Carla Morena e João Bernardo Quintanilha
Na sexta-feira (12), a Casa Branca anunciou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá uma videoconferência com o presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira (15). A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, ressaltou que, “após as ligações de 9 de setembro, os dois líderes pretendem discutir maneiras de administrar a competição entre Estados Unidos e China, assim como formas de cooperar onde os interesses se alinham”.
No sábado (13), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, tiveram uma conversa preparatória para a conferência entre os líderes de ambas as nações. Wang Yi reforçou a importância da colaboração entre ambas as partes e disse ser imperioso que os Estados Unidos parem de emitir sinais equivocados em relação a Taiwan. Entre outros assuntos, Wang e Blinken abordaram a questão nuclear iraniana, a mudança climática e a eficiência energética. Não há expectativa de que a conferência ofereça avanços decisivos em relação a assuntos complexos que atravessam as relações EUA-China, como as tensões relativas a Taiwan e a Hong Kong. Pode levar, no entanto, a iniciativas em temas como restrições de vistos, assim como ao estabelecimento do diálogo bilateral em armas nucleares e de uma estrutura que permita arrefecer atritos comerciais. A reunião pode ser, sobretudo, uma oportunidade de “reiniciar” as relações entre as duas potências.
Na quinta-feira, dia 11, diversos funcionários do governo americano avisaram aos seus parceiros europeus sobre uma possível invasão russa à Ucrânia. Fontes de Inteligência afirmam que há um crescimento expressivo de tropas russas perto da fronteira ucraniana, algo que preocupa tanto Genebra, quanto Washington. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou essas afirmações “tentativas vazias e infundadas para exacerbar as tensões”. As preocupações do Ocidente com as ações do governo de Vladimir Putin se inscrevem naquilo que é historicamente tratado por estes países como um panorama de expansionismo russo. A Rússia teme, por sua vez, a adesão de novos membros à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em especial tão perto de casa.
Crise Rússia-Ucrânia (Crédito: DW)
Defesa e Segurança, por Maria Manuela de Sá Bittencourt
Em entrevista coletiva na quarta-feira (10/11), o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, manifestou preocupação com a movimentação das tropas russas. Nesse sentido, afirmou que, até o momento, as intenções da Rússia não estão claras com essa movimentação “incomum” e que os americanos, “obviamente, gostariam de entender melhor”. O secretário ressaltou que os Estados Unidos vão continuar a realizar as operações na região, já que a Ucrânia é nação parceira da OTAN. Por fim, John Kirby, reforçou a palavra do secretário da Defesa, Lloyd Austin, de que o país apoia a soberania ucraniana: “Como vocês ouviram o secretário Austin dizer muitas vezes quando estávamos na Europa há apenas algumas semanas, nosso apoio à integridade territorial e soberania da Ucrânia é inabalável”.
Leia também: How the United States Could Lose a War Against China and Russia (Foreign Policy)
Economia e Finanças, por Ingrid Marra e Marcus Tavares
Na quarta-feira (10), o Departamento do Trabalho (Labor Department) divulgou relatório que indica que a inflação em uma ampla faixa de produtos que os consumidores compram todos os dias atingiu seu ponto mais alto em mais de 30 anos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC, ou, em inglês, Consumer Price Index), que é uma cesta de produtos que vai de gasolina e saúde a mantimentos e aluguéis, subiu 6,2% em relação ao ano anterior. Trata-se do maior percentual desde dezembro de 1990. No mês, o IPC aumentou 0,9%, contra uma estimativa de aumento de 0,6%, em relação ao observado no mês precedente. O núcleo da inflação anual – que exclui os preços de setores da economia que tendem a maiores oscilações, como alimentos e energia – atingiu 4,6%, superando a expectativa de 4%. É o maior registrado desde agosto de 1991. Com isso, o salário real caiu 0,5% de setembro a outubro.
Formuladores de políticas, como o presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Jerome Powell, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmam que as atuais pressões sobre os preços são temporárias e estão relacionadas a questões específicas da pandemia. Embora tenham admitido que a inflação está sendo mais persistente do que esperavam, eles veem as condições voltando ao normal no próximo ano.
Horas depois da divulgação dos dados sobre a inflação nos EUA, o presidente Joe Biden visitou o porto de Baltimore. Ele reconheceu que “os preços ao consumidor continuam altos demais”, que envolvem desafios que devem ser enfrentados de frente e que a reversão da inflação é “uma prioridade”. Biden declarou que o recém-aprovado plano de infraestrutura vai melhor estradas, pontes e portos, dando mais capacidade e resiliência para a cadeia de abastecimento. Ao gerar maior capacidade para descarregar navios e movimentar mercadorias, os investimentos reduziriam as pressões sobre os preços e a escassez.
Migração, por Diana Obermuller
No dia 9, o Departamento de Segurança Interna anunciou que planeja isentar as taxas de imigração para cerca de 70.000 refugiados afegãos. A isenção será aplicada às taxas de inscrição para obter autorização de trabalho, ou de residência permanente, que chegam a custar US$ 410 e US$ 1.225, respectivamente. De acordo com o Departamento, os afegãos que chegaram aos Estados Unidos a partir de 30 de julho deste ano estão qualificados para a isenção.
Kenny Holston for The New York Times)
O número de imigrantes haitianos tentando entrar nos Estados Unidos caiu em mais de 90% em outubro, após o aumento das deportações, de acordo com dados preliminares da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) obtidos pelo jornal The Washington Post. Os dados da CBP mostram que cerca de 1.000 haitianos foram detidos ao longo da fronteira com o México no mês passado. Em setembro, mais de 17.000 foram detidos após a instalação de um acampamento em Del Rio, no estado do Texas, gerando uma crise humanitária para o governo Biden. Desde setembro, a CBP enviou 80 voos de deportação para o Haiti, mais do que para qualquer outro país em um período tão curto, segundo os dados da ONG Witness at the Border.
Oriente Médio, por Luísa Azevedo
No Iraque, o primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi sobreviveu a um ataque por drones armados em sua casa em Bagdá, no domingo (7/11). O atentado aumenta as tensões entre grupos políticos divergentes no país. O presidente iraquiano, Barham Salih, condenou o “crime hediondo” contra o governo. No mesmo dia, Biden condenou o ataque ao premiê e ressaltou a ameaça ao sistema democrático iraquiano. Em coletiva de imprensa, na terça (9/11), o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, afirmou que o Departamento de Estado ofereceu ao Iraque ajuda nas investigações, além de reforçar o compromisso dos EUA com o governo e com o povo iraquianos.
Leia também: Muqtada al-Sadr’s problematic victory and the future of Iraq (Brookings Institution)
Na terça (9/11), o presidente Biden deu continuidade à ordem executiva de emergência nacional com relação ao Irã, de 1979. A renovação se dá no contexto de tensões entre os países, particularmente no que diz respeito ao programa nuclear de Teerã, visto como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. A ordem precede a possível retomada das negociações do acordo nuclear iraniano de 2015, no final do mês de novembro.
Ainda na terça, os EUA pediram a soltura de iemenitas detidos na embaixada americana ocupada na capital do Iêmen, Sanaa. Membros do governo americano pediram a libertação imediata e a desocupação de sua missão diplomática por parte dos rebeldes huthis. Com a escalada da guerra civil no Iêmen, os Estados Unidos transferiram a embaixada para Riad, em 2015. Mesmo assim, a detenção de funcionários da embaixada americana continua. O porta-voz Ned Price disse não ter números exatos, nem se pronunciou sobre as motivações das detenções. Cabe lembrar o posicionamento do governo Biden de não mais apoiar “operações ofensivas” da Arábia Saudita no conflito no Iêmen.
O enviado especial americano para o Irã, Robert Malley, esteve em visita aos Emirados Árabes, Israel, Arábia Saudita e Bahrein antes da retomada das negociações do acordo nuclear iraniano. O Departamento de Estado americano afirmou, na quinta-feira (11/11), que Malley fará uma “consulta com parceiros” a respeito da abordagem a ser adotada quanto ao programa nuclear iraniano no âmbito da região. A visita também trata do exercício militar marítimo entre os países no Mar Vermelho. É o primeiro desde a normalização das relações entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein. A Marinha americana reforçou que o teste é uma importante “colaboração marítima para salvaguardar a livre-navegação e a troca comercial, essenciais para a segurança e a estabilidade da região”.
Ainda na quinta-feira (11/11), representantes de Estados Unidos, Rússia, China e Paquistão se encontraram para tratar do Afeganistão, em meio à crise humanitária que afeta o país. Desde que os talibãs retomaram o poder em meados de agosto, o Afeganistão vive uma crise política, econômica e humanitária. Estes quatro países reafirmaram o compromisso internacional para fornecer assistência humanitária e conclamaram os talibãs a formarem um “governo inclusivo e representativo que respeite os direitos de todos os afegãos e proporcione direitos iguais para mulheres e meninas participarem de todos os aspectos da sociedade afegã”. O representante dos Estados Unidos para o Afeganistão, Tom West, declarou que o Talibã “cumpriu amplamente” a promessa de assegurar uma saída segura do país, inclusive para afegãos que têm um “compromisso especial com os EUA”. Afirmou, ainda, que os Estados Unidos estão preocupados com ataques do braço afegão do Estado Islâmico (EI-K) e que espera que o Talibã consiga derrotá-lo. Um ponto a ser destacado: os Estados Unidos ainda não reconhecem a legitimidade do governo talibã e, em consequência, o país teve seu acesso congelado, por Washington, a bilhões de dólares em reservas do Banco Central afegão.
Política Doméstica, por Augusto Scapini e Rafaela Popov
No dia 11, um tribunal federal de apelações bloqueou temporariamente a entrega dos documentos do ex-presidente americano Donald Trump e da Casa Branca, requisitados pelo Comitê responsável pela investigação do ataque ao Capitólio, ocorrido em 6 de janeiro deste ano. Uma audiência foi marcada para 30 de novembro para ouvir os argumentos de Trump – que reivindica o direito de privilégio executivo sobre os documentos – e, então, decidir se estes serão liberados para investigação. No dia 12, Mark Meadows, agora ex-chefe de gabinete de Trump, não compareceu na data marcada para prestar seu testemunho diante do Comitê. Os representantes (deputados) à frente da investigação ameaçaram recomendar acusações por desacato. De maneira similar, Steve Bannon, ex-estrategista sênior de Trump, foi oficialmente indiciado por desacato, ao se recusar a cooperar com o Comitê. Este continua a ir atrás dos aliados de Trump, intimando mais seis ex-funcionários de campanha e assessores do republicano que, aparentemente, fizeram parte de reuniões que procuravam meios de subverter a vitória de Biden nas eleições de 2020.
Ainda sobre Trump, seus aliados no Partido Republicano lideram uma campanha de ameaça contra os 13 correligionários que votaram a favor do acordo bipartidário de infraestrutura, aprovado na semana anterior. Segundo Trump, os 13 são “republicanos apenas no nome”. Agora, eles estão sendo ameaçados, por seus colegas de legenda, de serem destituídos dos comitês legislativos e de não receberem apoio nas campanhas eleitorais do próximo ano. O mesmo já aconteceu com a representante Liz Cheney (R-WY), depois que ela votou a favor do impeachment de Trump e se juntou ao Comitê investigativo do ataque ao Capitólio. A pressão é, segundo a NBC News, uma demonstração do contínuo poder mobilizador do trumpismo e da extrema-direita no Partido Republicano.
Velhos tempos: Liz Cheney (à esq.) e Trump, na Casa Branca, em 27 mar. 2017 (Crédito: Andrew Harnik/AP)
Propostas políticas ligadas à segurança pública ganham atenção ímpar dos eleitores. Exemplo disso foi a decisão do prefeito de Portland, Ted Wheeler, no começo do mês de novembro, de contratar mais policiais, devido a dois fatores principais: o aumento da violência na cidade, que enfrenta seu ano mais violento; e a demonstração de apoio a decisões semelhantes entre eleitores de Seattle e Atlanta. A medida não é, porém, uma unanimidade, e sua efetividade pode ser questionada. Segundo a análise de Shalia Dewan, repórter e editora de Nacional do jornal The New York Times, há outros fatores que podem mitigar a taxa de criminalidade, como programas de tratamento para usuários de drogas, fornecer mais empregos, ou posicionar o corpo policial de modo mais estratégico. Nesse sentido, é crucial ponderar sobre os efeitos da expansão policial, especialmente em relação à violência por parte dos agentes, muitas vezes seletiva, e sobre a capacidade de solução das outras medidas, que podem ser mais efetivas sem esses danos. A comparação de dados sobre os benefícios da expansão do corpo policial também é mencionada pela repórter. Para ela, estes resultados não são conclusivos, entre outros motivos, pelas variações dos efeitos da medida de acordo com o perfil sociopolítico de cada cidade. Além disso, os dados podem ser usados como argumento de mérito da ampliação policial e, consequentemente, para aumento do financiamento dos departamentos de polícia. Dewan considera, portanto, que mais estudos devem ser feitos e que as políticas públicas não devem visar somente à conquista de votos, mas sim à eficiência da medida. Isso é particularmente relevante nos Estados Unidos, onde a violência policial e o encarceramento em massa têm sido motivo de polêmica e indignação e afetam muito mais as minorias, sobretudo, a população negra.
Relações Transatlânticas, por Vitória Martins
No dia 8/11, a vice-presidente Kamala Harris viajou para Paris em busca de uma reaproximação da “mais antiga aliança” americana. Com o anúncio do pacto político-militar AUKUS, envolvendo a suspensão da compra de submarinos franceses por parte da Austrália, Estados Unidos e França enfrentaram uma intensa crise diplomática descrita como a “traição do século” pelos jornais franceses. A viagem ocorre após o encontro bilateral entre Biden e o presidente da França, Emmanuel Macron, em 29 de outubro, em Roma. Neste processo de reconciliação diplomática, Harris tratou de temas de interesse mútuo, como saúde global, paz mundial, a região do Indo-Pacífico e a segurança europeia. Dois assuntos merecem destaque: a participação da vice-presidente na Conferência de Paris sobre a Líbia e a busca por alinhamento na cooperação espacial entre os países.
Leia também: Em visita a Paris, Kamala Harris tenta virar a página de crise diplomática entre França e EUA
Saúde, por Natália Silva Constantino
As mortes por coronavírus nos Estados Unidos passaram da marca de 760 mil na sexta-feira (12). Com as festas de fim de ano e diante da possibilidade de uma nova onda, o país entra em uma fase incerta da pandemia. Segundo dados publicados pela Universidade Johns Hopkins no sábado (13), a maioria dos estados norte-americanos apresentou aumento nos números de casos de covid-19. Isso pode indicar que a variante delta ainda persiste no país. De acordo com o jornal U.S.A Today, quase todas as infecções por coronavírus no país agora são atribuídas a essa variante altamente contagiosa. Com o inverno (verão no Brasil) se aproximando, a preocupação de especialistas e da população aumenta, uma vez que as pessoas se reunirão mais em casa e em ambientes fechados. Assim, é esperado um possível surto de inverno, o qual pode já estar em andamento em algumas regiões.
Também na sexta-feira (12), Biden anunciou que vai nomear o ex-comissário da agência reguladora responsável pelo setor de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) Robert Califf para chefiar a agência novamente. Segundo Biden, Califf é “um dos mais experientes clínicos do país” e vai liderar a FDA durante um período crítico na luta contra a covid-19. O anúncio de Biden colocou fim a um período de longa espera por um indicado e que começava a gerar preocupação. Esta agência tem um papel significativo no combate à pandemia provocada pelo coronavírus.
Sociedade, por Diana Obermuller
O governador do Texas, o republicano Greg Abbott, instruiu as autoridades estaduais de educação a criarem novas diretrizes para manter a “pornografia” e o conteúdo “obsceno” fora das escolas públicas, depois de legisladores republicanos criticarem livros LGBTQ+. Em uma carta enviada no dia 8, Abbott afirmou que as diretrizes devem incluir a transparência das escolas sobre os materiais usados nas salas de aula e nas bibliotecas. Também ressaltou que pais e membros da comunidade devem ser incluídos no processo e notificados quando um livro impróprio for identificado. A medida foi o anúncio mais recente de uma série de esforços para banir materiais sobre raça, gênero e sexualidade das escolas públicas.
Também no Texas, um diretor de uma escola pública de ensino médio concordou em deixar seu cargo após ser publicamente acusado de promover a teoria racial crítica. O diretor da Colleyville Heritage High School, James Whitfield, e seu distrito escolar chegaram a um acordo, após meses de controvérsia. Whitfield foi o primeiro diretor negro da escola em que trabalhava. Foi colocado em licença administrativa em agosto, depois de um então candidato ao conselho escolar pedir que ele fosse demitido por ter “visões extremas sobre raça”. A teoria racial crítica está no centro de protestos conservadores e da agenda de legisladores republicanos que defendem a proibição do ensino sobre a desigualdade racial.
No dia 9, o Departamento de Justiça iniciou uma investigação para determinar se as práticas de eliminação de águas residuais do estado do Alabama discriminam moradores negros, provocando um maior risco de doenças. Muitas dessas pessoas vivem em áreas rurais que não estão conectadas ao sistema de esgoto e não podem pagar para instalar, ou manter, sistemas sépticos próprios. Esta é a primeira investigação de justiça ambiental que o Departamento de Justiça conduz sob o Título VI da Lei dos Direitos Civis de 1964, que proíbe a discriminação por beneficiários de fundos federais.
A dois meses do fim de 2021, os Estados Unidos registraram um número recorde de homicídios de pessoas trans. De acordo com a ONG Human Rights Campaign, foram 45 assassinatos, a maioria de pessoas negras e latinas. Para o diretor-executivo da National Black Justice Coalition, David Johns, o governo Biden precisa garantir que as pessoas negras trans sejam protegidas pelas leis contra os crimes de ódio. Além disso, mais projetos de lei antitrans foram aprovados em 2021 do que em qualquer outro ano. Diversos ativistas alertaram que a linguagem desses projetos pode estimular ataques violentos contra pessoas trans.
Tecnologia, por Natália Silva Constantino
Na quarta-feira (10), foi dado o pontapé inicial para a quinta missão da tripulação da SpaceX em órbita. Uma cápsula do SpaceX Crew Dragon com quatro astronautas a bordo voou para o espaço acoplada a um foguete Falcon 9. Os astronautas passaram o dia todo de quarta-feira fazendo manobras próximas à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), onde atracaram no final da quinta-feira (11), dando início a uma missão de seis meses de ciência e pesquisa. Chamada Crew-3, a missão é a quarta da parceria entre a SpaceX e a Agência Espacial Americana (Nasa, no acrônimo em inglês) para fazer viagens de rotina à ISS, a fim de manter a estação espacial de 21 anos com pessoal adequado.
A extinção do serviço 3G pode deixar os mais vulneráveis sem conexão. Celulares mais antigos, dispositivos de alerta de emergência e alarmes estão programados para perder o serviço em 2022. Embora muitos dispositivos tenham mudado para redes 4G e celulares mais novos estejam agora migrando para 5G, vários dispositivos ainda dependem do serviço 3G para funcionar: desde sensores de localização que rastreiam ônibus escolares até o uso de bafômetros pela polícia para monitorar motoristas embriagados. Pensando nisso, advogados que cuidam dos direitos dos consumidores estão pedindo à Comissão Federal de Comunicações (FEC, na sigla em inglês) que adie a mudança programada para começar já em fevereiro.
Primeira revisão: Rafael Seabra. Edição e revisão final: Tatiana Teixeira.
Assessora de Imprensa do OPEU e do INCT-INEU, editora das Newsletters OPEU e Diálogos INEU e editora de conteúdo audiovisual: Tatiana Carlotti. Contato: tcarlotti@gmail.com.
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