Popularidade de Sanders favorece agenda pró-Palestina
Bernie Sanders não tem praticamente qualquer chance de ganhar a nomeação pelo Partido Democrata. O alcance de sua campanha, no entanto, poderá tornar a agenda do partido mais progressista. Na semana passada, Sanders conseguiu indicar 5 nomes para o seleto grupos de 15 pessoas responsáveis pela elaboração da plataforma nacional do partido. Outros 6 membros foram escolhidos pela pré-candidata Hillary Clinton e os demais pela presidente do Comitê Nacional Democrata, Debby Schultz. A plataforma, que será aprovada na Convenção Nacional em julho, estabelece os princípios que orientarão a ação política dos candidatos eleitos em novembro para cargos legislativos e executivos. Dois dos nomes indicados por Sanders são opositores da política israelense para a Palestina: Cornel West e James Zogby. West foi professor em Harvard e é ativista social contra o racismo. Zogby é presidente do Arab American Institute e integrante do governo Obama para assuntos de liberdade religiosa. Ambos consideram que a paz e a justiça não serão atingidas sem que Israel encerre os assentamentos ilegais nos territórios palestinos. A presença deles no painel não garante que o Partido tomará a postura pró-Palestina, mas provavelmente colocará a questão sob os holofotes. Nesse caso, poderá forçar Hillary Clinton a fazer algum tipo de crítica à política israelense se for eleita presidente dos EUA. A indicação de Sanders, que é judeu, reflete uma tendência. Segundo pesquisa do Pew Research Center, 40% dos democratas progressistas são mais favoráveis à Palestina do que a Israel, contra 33% há dois anos.