Brasil recebe primeira exportação de gás liquefeito dos EUA
Brasil será o destino do primeiro embarque de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA. O produto foi embarcado no dia 24, em Louisiana, pela empresa Cheniere Energy para a Petrobrás. O fato é de grande importância para o mercado de gás nos EUA, que pretende mudar sua natureza de importador para exportador. Com os choques do petróleo na década de 70 e o declínio da produção doméstica, os EUA investiram em terminais de importação de gás liquefeito. O produto era trazido da América Central, África, Austrália e Oriente Médio, entre outros. Nos últimos anos, o uso da tecnologia conhecida como fratura hidráulica, no entanto, trouxe autossuficiência. O boom de produção começou em 2011 e tem se mantido mesmo com a queda intensa dos preços nos últimos meses. O grande desafio para exportar o excedente é a falta de infraestrutura, já que os terminais no país estão preparados para regaseificar o produto líquido comprado no exterior. Transformá-los em pontos de liquefação exige muitos anos e investimentos. Um segundo navio criogênico deverá levar GNL para Argentina em breve. As vendas indicam que a proibição de exportação de recursos estratégicos poderá chegar ao fim. Uma legislação antiga proíbe que empresas exportem petróleo cru e gás natural para países sem acordo de livre comércio com os EUA. As poucas exceções ocorrem nos casos em que o Departamento de Energia constata não haver comprometimento da segurança energética e nacional. Estoques lotados e pressão do setor petrolífero parecem já estar mudando essa lógica. O embarque de gás para o Brasil ocorre semanas após o primeiro carregamento de petróleo cru em décadas para a Europa.