Shell desiste de explorar energia no Ártico
A Shell desistiu de explorar recursos de energia no Ártico após investir US$ 7 bilhões em 9 anos de projeto. No dia 28, a empresa alegou não existir indícios de que os recursos existentes na região sejam suficientes para justificar o investimento. A decisão tomou o mercado de surpresa, já que o presidente da Shell havia dito que a exploração poderia ser várias vezes mais produtiva do que no Golfo do México. O otimismo foi fruto de análises sísmicas em 3D e 4D, tecnologias que aumentam o grau de precisão das estimativas. Em julho, a empresa tinha recebido permissão do governo dos EUA para começar as operações. Muitos analistas explicam que a desistência deve-se a outros fatores, e não à incerteza sobre o potencial das reservas. O primeiro problema seria a queda do preço do petróleo mundial. O valor do barril fechou a US$ 44,76 no dia 29, bem abaixo dos US$ 70 considerados competitivos pela petrolífera para trabalhar na zona ártica. Quando a empresa começou a aposta na região, o preço passava de US$ 80. A Shell também enfrenta um momento difícil, tendo cortado 20% de seus investimentos e demitido 200 mil funcionários no mundo em 2015. Outra questão seria a possibilidade de eleição de Hillary Clinton para presidência dos EUA em 2016. Clinton divergiu do presidente Barack Obama ao dizer recentemente que os riscos não compensam a extração no Ártico. A empresa receia que a democrata restrinja as atividades caso eleita. Grupos ambientalistas festejaram a decisão. Considerando a expectativa de muitas consultorias, de que o preço do petróleo não ultrapassará US$ 70 antes de 2020, os ambientalistas devem continuar comemorando por algum tempo.