Estoques elevados preocupam setor de refino
Os estoques de petróleo cru nos EUA alcançaram o maior nível dos últimos 80 anos. Segundo o relatório de dezembro da Energy Information Administration (EIA), aproximadamente 70% da capacidade de armazenagem do país está ocupada. Caso o ritmo de produção seja mantido, os estoques de algumas refinarias poderão chegar a 90% nos próximos dois meses. A falta de espaço é tão grande que a bolsa de commodities Nymex já pensa em negociar os primeiros contratos futuros de armazenagem de petróleo no fim de março. Antes do desenvolvimento das reservas de xisto, as refinarias importavam a maior parte do petróleo cru usado na produção de derivados. Quando os estoques ficavam muito elevados, era fácil mandar o excedente para o exterior. As refinarias são hoje, em sua maioria, abastecidas por produtores locais. Como a legislação nacional proíbe a exportação de petróleo cru produzido no país sem autorização do governo, os depósitos acabaram crescendo nos últimos anos. Enquanto a demanda global superava a oferta, a questão não chegava a ser um problema. Mas a retração do consumo desde 2014 acendeu o alerta no setor de refino. O mercado doméstico absorve parte importante da produção de derivados, mas a maioria das refinarias nos EUA tem dificuldades técnicas para atender o consumo interno. Por terem sido construídas para trabalhar principalmente com petróleo pesado importado de Canadá, Venezuela, México e Arábia Saudita, muitas não conseguem processar o hidrocarboneto de xisto, que é mais leve. A situação pressiona os preços para baixo e alimenta a campanha pelo fim do banimento às exportações.