No mesmo dia da visita ao Congresso pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o porta-voz da Câmara, John Boehner (R-OH), resolveu silenciosamente o impasse sobre o financiamento do Departamento de Segurança Doméstica. A medida veio após uma derrota constrangedora no último dia 27, quando a proposta de Boehner para estender o financiamento por 3 semanas foi derrubada por oposição de seu próprio partido. Republicanos vinculavam o orçamento do Departamento ao cancelamento das novas políticas de imigração adotadas pelo presidente Barack Obama, que protegem imigrantes sem documentação. Mas após meses de debates acalorados, os republicanos não conseguiram vencer a resistência democrata no Senado, que insistia em liberar os recursos sem qualquer vinculação com as normas de imigração. Boehner e a liderança republicana acabaram capitulando e colocaram em votação uma proposta que estende o financiamento até setembro. A medida foi aprovada com 257 votos a favor e 167 contra, mas apenas 75 republicanos apoiaram o projeto. Mesmo com a rejeição do partido, os representantes não chegaram a questionar a posição de Boehner como líder na Câmara. Calculadamente, a votação foi realizada no dia da visita de Netanyahu. O convite ao primeiro-ministro foi feito por Boehner, desafiando a posição da Casa Branca e do próprio Obama, que não se encontrou com o israelense. Assim, Boehner e sua equipe esperam ter sinalizado para seus eleitores e demais congressistas que continuarão a oposição à administração Obama, apesar desta derrota estratégica.