Preço baixo do petróleo afeta exploração de xisto
A queda acentuada no preço do petróleo nos últimos cinco meses tem sido noticiada como benéfica para a economia global. É particularmente positiva para os EUA, que são os maiores consumidores de petróleo e derivados no mundo. Com a gasolina sendo vendida no país a cerca de US$ 2,80, contra a média de US$ 3,51 em 2013, estima-se uma economia diária de US$ 630 milhões somente no setor de transporte rodoviário. Já outros segmentos registram prejuízos. Empresas envolvidas em exploração de xisto sentem os efeitos negativos, com algumas tendo perdas de 44% em valor de mercado. É o caso da Halliburton, especializada em equipamentos e serviços para extração em rochas de xisto. A situação é mais grave para empresas menores. Como o sucesso da atividade era incerto no começo, muitas firmas recorreram aos chamados junk bonds. Esses investimentos apostam em projetos com retorno financeiro duvidoso em troca de uma alta taxa de juros. Sem esses fundos dificilmente a exploração de xisto no país teria sido alavancada. Com a redução drástica no preço do petróleo, operadoras de menor porte têm dificuldade para honrar compromissos e já começam a interromper alguns projetos. O risco de inadimplência põe investidores em alerta e pode desencadear algum tipo de crise no mercado financeiro. Para muitos especialistas, a exploração de xisto é inviável com o barril a menos de US$ 75. O valor atual está em US$ 66, mas a própria OPEP estima que os preços devam cair até US$ 60. Como a deflação é parcialmente atribuída ao aumento na oferta de petróleo de xisto, gargalos no setor podem inverter a tendência de preços no curto prazo.