Acordo com Afeganistão garante presença militar dos EUA

EUA e Afeganistão assinaram, no dia 30, o esperado Acordo de Segurança Bilateral. Cerca de 9.800 soldados dos EUA e 2.000 da OTAN permanecerão no Afeganistão após dezembro de 2014 para treinar e equipar forças afegãs. O número será reduzido após 2016 e cairá drasticamente até 2020. O acerto também permite bases militares dos EUA, garantindo a presença do país na região. Os soldados estrangeiros terão imunidade diplomática, sendo isentos de responsabilidade perante leis afegãs. As bases militares e o status diplomático foram dois grandes obstáculos à assinatura do documento desde 2010. O ex-presidente Hamid Karzai preferiu deixar a decisão para o sucessor Ashraf Ghani, nomeado no dia 29. Ghani, que passou boa parte da vida adulta nos EUA, ficou em segundo lugar nas eleições de abril. A contestação do resultado gerou outra votação em junho, quando Ghani foi declarado vitorioso sobre Abdullah Abdullah, o vencedor em abril. Auditado por fiscais internacionais, o segundo turno apresentou fraude a favor de Ghani, o que levou à anulação de 1 milhão de votos. Outra consequência foi a nomeação de Abdullah, que apesar da derrota eleitoral, assumiu cargo idêntico ao de Ghani: chefe executivo do governo. O compartilhamento de poder traz à cena Atta Muhammad Noor, ex-senhor da guerra mujahid e atual governador da província de Balkh. Considerado o homem mais rico do país e a maior influência política no norte, Noor ameaçou causar uma revolução caso Abdullah não obtivesse metade do poder central. Segundo fontes internacionais, o presidente Barack Obama teria negociado pessoalmente por telefone com o governador.

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