Estado-Maior e Casa Branca divergem sobre tropas terrestres

O chefe do Estado-Maior dos EUA, general Martin Dempsey, considera a possibilidade de enviar forças terrestres para ajudar no combate ao Estado Islâmico (EI). A declaração foi feita em audiência no Senado, no dia 16, antes de o Congresso votar sobre o pedido do presidente Barack Obama para armar opositores na Síria. Além de eventuais ataques áereos, treinar e armar os rebeldes é a aposta de Obama para destruir o EI. Dempsey acredita que operações especiais serão necessárias caso a estratégia do presidente seja ineficaz. Muitos no Pentágono defendem também que qualquer ação deva ser conduzida sob o comando de militares dos EUA. Após a fala do general, Obama negou mais uma vez que pretenda enviar soldados ao Iraque ou à Síria para missões de combate. A declaração teve como objetivo tranquilizar a população contrária ao envolvimento de tropas em conflitos e facilitar a votação no Congresso. No mesmo dia, a Câmara aprovou o armamento e treinamento da oposição síria, mantendo a rejeição ao uso de tropas em operações ofensivas. O Senado passou a mesma resolução no dia 18. A diferença de opinião entre o general e o presidente mostra dissenso sobre uma questão que promete ser um dos maiores desafios da política externa de Obama. Segundo David Ignatius, colunista do The Washington Post, uma forma de solucionar a divergência seria enviar ao campo de batalha o Ramo Terrestre da Divisão de Atividades Especiais da CIA. O grupo é uma força paramilitar e sua natureza sigilosa daria ao presidente flexibilidade de ação sem caracterizar a entrada dos EUA em nova guerra.

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