Google vira alvo depois de espionagem na Europa
A Corte Europeia de Justiça determinou, no dia 13, que provedores de busca terão de respeitar o direito de privacidade sobre conteúdos pessoais. Assim, indivíduos poderão solicitar a retirada de informações particulares apresentadas em resultados de pesquisas. A decisão afeta especialmente o Google, responsável por 90% das buscas realizadas na UE. Essa não é a primeira disputa entre autoridades europeias e o Google. Em fevereiro, as partes entraram em acordo sobre um processo antitruste contra a empresa, que ainda aguarda aprovação da Comissão Europeia. Porém, representantes alemães e franceses ameaçam derrubar o acordo, alegando que as concessões oferecidas pelo Google não são suficientes. Especialistas apontam que a tensão entre a gigante de buscas e a UE é consequência das denúncias de espionagem pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Entre outras atividades, o órgão coletaria informações de grandes serviços online como Google e Facebook. Autoridades na UE estariam tentando regulamentar o fluxo de informações e buscas na Internet, dando prioridade ao direito de privacidade. A abordagem é oposta à posição dos EUA, que privilegia a liberdade de expressão. Agora, o Google terá um desafio tecnológico para filtrar e acatar as solicitações de usuários sobre a remoção de informações. Um mecanismo similar aos pedidos de retirada de conteúdo protegido por direitos autorais está em fase de desenvolvimento. Como a medida se aplica apenas a buscas na UE, esses resultados de pesquisas serão diferentes de outras partes do globo. O fundador do Wikipedia, Jimmy Wales, criticou a decisão como uma violação de direitos humanos e alertou para os riscos de censura de conteúdos.