Encontro entre EUA e Rússia termina sem acordo para a crise
O secretário de Estado John Kerry e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, se encontraram em Paris para tentar atenuar a crise na Ucrânia. Embora ambos reconheçam a importância de um acordo, a reunião do dia 30 terminou sem consenso. A Rússia propõe a federalização da Ucrânia, que é um Estado unitário com forte centralização na capital. Segundo Lavrov, a medida é necessária para garantir o respeito às características das regiões e manter a estabilidade no país. Outra questão central para Moscou é a realização de reformas constitucionais que impeçam a adesão do país vizinho a alianças de defesa como a OTAN. Desde o início da crise, o governo russo defende a neutralidade ucraniana. Os EUA concordam que a política na Ucrânia é muito centralizada, mas temem que a proposta de federalismo tenha como objetivo facilitar a interferência russa por meio da manipulação de regiões autônomas. A Casa Branca também alega que as discussões precisam envolver o atual governo ucraniano. Por sua vez, a Rússia não admite negociar com um regime que considera ilegítimo. Outro impasse entre as potências é quanto à presença de 40 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia. Kerry colocou a retirada das tropas como condição para a continuidade das conversas, mas Lavrov não se posicionou sobre a questão. Mais tarde, o presidente Vladimir Putin teria confirmado para a chanceler Angela Merkel sua decisão de diminuir a presença militar na fronteira. A iniciativa indica a preferência do líder russo em negociar a questão com a Alemanha. Uma nova reunião entre Rússia e EUA não está agendada.