Seminário internacional INCT-INEU 2024: as políticas do governo Biden e perspectiva III
Crédito: Tatiana Carlotti
Por Tatiana Carlotti [INCT-INEU] [Seminário internacional] [Eleições 2024] [Trump 2.0]
Todo fim de ano, o Instituto Nacional de Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-INEU) promove uma conversa entre seus pesquisadores. Neste ano de turbulências internacionais, o encontro resultou no seminário internacional “A eleições nos EUA e as políticas do Governo Biden: balanço e perspectivas”, ocorrido nos dias 5 e 6 de dezembro no prédio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, com transmissão pelo Canal do INEU.
Ao longo de dois dias de seminário, foram debatidas as eleições de novembro, observando os vários atores partidários e governamentais, atores sociais, bem como as expectativas frente ao governo Trump. Acompanhamos também balanços de ponta sobre os anos Biden em sua política doméstica e política externa com foco nas guerras econômicas da potência mundial.
Nesta mesa, a última de balanço do governo Biden do seminário, vamos acompanhar um debate sobre os grandes conflitos mundiais, passando pelas relações dos Estados Unidos com o Oriente Médio, a Europa e a América Latina – em particular Cuba – e as perspectivas da volta de Donald Trump à Presidência.
Participam o professor Roberto Goulart, vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), e a premiada Isabela Agostinelli, pós-doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação do San Tiago Dantas, e vencedora do Prêmio de Melhor Tese de Doutorado da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) deste ano, pelo estudo “Morte e vida palestina: a reorientação tática do colonialismo israelense na Faixa de Gaza”.
Nesta pesquisa, Isabella contou com a orientação do professor Reginaldo Nasser (PUC-SP), também participante do debate e autor de Los Arquitectos de La Política Exterior Norteamericana (Contracorrente, UH Editoral, 2024), lançado na semana do seminário, com prólogo de outros participantes da mesa: os professores Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp) e Raúl Rodríguez (Universidade de Havana).
Velasco e Cruz coordena o INCT-INEU. Em sua fala, ele abordou as relações Estados Unidos e Europa, analisando o impacto do governo Biden na Guerra na Ucrânia, tema desenvolvido em uma série de artigos publicada no OPEU e consolidada em 2023 no Estudos e Análises de Conjuntura “O Quadrilátero da crise. A Guerra na Ucrânia e o governo Biden”.
Já Rodríguez abordou a situação de Cuba sob Trump. Ele é um dos coordenadores do Centro de Estudios Hemisféricos y sobre Estados Unidos (CEHSEU), rede de pesquisadores cubanos que estudam os Estados Unidos, a partir da Ilha. Ele também é membro da Red Latinoamericana de Investigación sobre Estados Unidos (RELEU).
Eleições no INCT-INEU
O RELEU é organizado pelo INCT INEU, sob a coordenação dos professores Tullo Vigevani (Unesp), também coordenador do INEU e vencedor do Prêmio Anpocs de Excelência Acadêmica em Ciência Política neste ano; e Matheus Pereira (INCT-INEU). Em parceria com o Grupo de Estudos sobre Estados Unidos da CLACSO, o RELEU promoveu uma série de “conversatórios” sobre a eleição presidencial neste ano, sob a perspectiva latino-americana.
Esta e todas as mesas do seminário contaram com a mediação da professora e pós-doutoranda Neusa Maria Pereira Bojikian (Unicamp/ INCT-INEU), responsável pelo padrão de excelência da rede, em praticamente todas as suas frentes. Bojikian apresenta e produz o programa de difusão científica Diálogos INEU, uma fonte de informação e pesquisa acadêmica à disposição no Canal do INEU.
Por fim, a pulsante produção de conhecimento do INCT-INEU pode ser acompanhada, diariamente, neste Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU), único site do país 100% voltado para informação e análise especializada em Estados Unidos, sob a competente batuta da professora e pós-doutoranda Tatiana Teixeira (OPEU). E também no site Latino Observatory, focado na comunidade de origem latino-americana nos Estados Unidos, sob a coordenação primorosa de Thaís Lacerda (Latino Observatory) e Marcos Cordeiro Pires (Unesp – Marília).
Acompanhem o debate.
Estados Unidos e o Oriente Médio
Os profs. Isabella Agostinelli (PUC-SP) e Reginaldo Nasser (PUC-SP)
A pós-doutoranda Isabella Agostinelli (PUC-SP) e o professor Reginaldo Nasser (PUC-SP) estão escrevendo mais um texto juntos. Agora, sobre os Acordos de Abraão, entre Israel e os países do Oriente Médio, mediados por Donald Trump em 2020.
Neste estudo, eles observam como os eventos conjunturais, como o genocídio em Gaza, vêm acelerando mudanças que já estavam acontecendo nas disputas entre os países da região. O artigo inova, na medida em que traz os interesses dos EUA, mas também os interesses das potências do Oriente Médio.
Em junho deste ano, relata Agostinelli, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu a Trump uma “Aliança de Abraão”, como extensão dos acordos de 2020. Por trás dessas iniciativas, esclarece a pesquisadora, o que se vê é uma “paz neoliberal ou de mercado, e não uma paz de fato, porque, nesta história toda, os palestinos não foram consultados”.
De modo geral, observa, a política externa dos EUA para Israel e Palestina é muito mais “uma política de Estado do que uma política de governo”, por isso, não há muita previsão de mudanças entre os governos Trump e Biden. O que muda, neste caso, é o contexto.
Entre as várias guerras pelo mundo, duas grandes estão em curso: na Ucrânia, desde 2022; e em Gaza, desde 2023. “A partir desses eventos conjunturais, a gente tenta explicar mudanças estruturais que já estavam em curso”, explica.
Para comentar essas mudanças nestes contextos, o professor Reginaldo Nasser rememorou os chamados “acordos de paz”, em particular os de Abraão (2020). Embora pertençam à rubrica “negociação e multilateralismo”, quando analisados sob uma perspectiva histórica, esses acordos se revelam “ações estratégias norte-americanas, no sentido de construção e estabelecimento de uma hegemonia na região”, afirma.
Potências regionais
A Guerra na Ucrânia e o genocídio em Gaza tiveram impactos neste movimento. Nasser traz o caso da Rússia que, ante a Guerra na Ucrânia e a série de sanções econômicas, intensificou suas relações com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, “que estão comprando o petróleo russo”.
Ainda que não intentem romper com os Estados Unidos, ele observa “um distanciamento muito claro” destes países em relação à potência ocidental. Outro exemplo é a retomada das relações diplomáticas entre o Irã e a Arábia Saudita, inclusive, com mediação da China. As relações diplomáticas foram retomadas, e embaixadas, reabertas.
Confira as apresentações de Reginaldo Nasser (PUC-SP) e Isabela Agostinelli (PUC-SP)
Nassar dimensiona o peso do genocídio em Gaza nestes movimentos no Oriente Médio. “O genocídio recolocou a questão palestina na ordem regional e global”, afirma. Pesquisa de opinião revela que “85% da população na Arábia Saudita é contra a normalização com Israel”, e os índices se mantêm “em todos os Estados árabes”.
“Há uma tensão grande entre a opinião pública e a decisão governamental. O genocídio colocou a questão num outro patamar”, avalia, ao citar as recentes críticas da Arábia Saudita a Israel e a menção do Estado Palestino como condição para a normalização da região.
Em relação ao Irã, Agostinelli retomou a palavra, para destacar a forte probabilidade de Trump elevar as sanções contra o “ator mais forte do chamado Eixo de Resistência”. Ela contou como o Irã tem reagido às sanções econômicas “retomadas e aumentadas por Trump e mantidas por Biden”, identificando um efeito rebote dessas sanções: não houve mudanças de regime, mas sim “o fortalecimento das relações iranianas com outros países sob sanção dos Estados Unidos”.
Nasser, por sua vez, avaliou como “um sinal interessante” a postura de Massad Boulos, grande empresário libanês e pai do genro de Trump, nomeado futuro conselheiro do presidente para assuntos no Oriente Médio, que afirmou não interessar aos Estados Unidos mudanças de regime na região, mas sim as armas nucleares.
A conferir.
Estados Unidos e Europa
Prof. Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp)
Em sua palestra, Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp) apresentou as principais ideias de um estudo em prospecção sobre os Estados Unidos de Joe Biden e a Europa, passando por sua política na Guerra da Ucrânia e pelos impactos da entrada em cena de Donald Trump.
Partindo do sentimento generalizado de que o conflito entre Rússia e Ucrânia seria de rápido desfecho, ele destaca o quanto a política dos Estados Unidos “não era uma solução rápida para o problema da intervenção militar russa na Ucrânia, mas a criação de condições para uma guerra prolongada”. O objetivo era que o governo de Vladimir Putin terminasse antes do conflito.
“A Europa embarcou nesta política e até certo ponto a contragosto”, disse Velasco, ao mencionar os movimentos da França, mas os países europeus “foram induzidos a seguir o caminho de intensificação do conflito com a Rússia”. O ponto de inflexão, acrescenta, foi a destruição dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportavam gás natural da Rússia para a Alemanha, sob o Mar Báltico. A explosão aconteceu em 2022, e até agora ninguém foi responsabilizado e penalizado.
“Os efeitos da Guerra na Ucrânia para a Europa são terríveis”, declara Velasco, que esteve recentemente na região. “A Europa está em crise econômica, e a Alemanha é a principal vítima dessa situação”, afirma, ao mencionar analistas que indicam o início da Guerra na Ucrânia como um movimento estratégico dos Estados Unidos contra a Alemanha, e não tanto assim contra a Rússia. “Era preciso quebrar as pernas da Alemanha não tanto pelo poderio econômico, mas por sua capacidade de se firmar como uma potência hegemônica na Europa”, sintetiza.
Outros analistas citam o conflito como um estímulo à indústria armamentista americana, o que Velasco vê não como uma causa, mas como um efeito da guerra que resulta, na prática, em “contratos bilionários para a indústria armamentista americana e um impacto econômico desastroso para a Europa e, sobretudo, para a Alemanha”.
Impactos
Velasco conta que a Alemanha estava retomando sua condição de locomotiva econômica da Europa, na posição de grande potência industrial exportadora. Com a quebra dos contratos com a Rússia e a interrupção do fornecimento de petróleo e de gás, o país teve uma redução de 12% de sua produção industrial.
Além disso, conforme vêm aderindo à política dos EUA, os europeus estão “assumindo uma posição até mais antirrussa do que os americanos”. Na Alemanha, o Partido Verde está na linha de frente da “vanguarda do partido da guerra”.
Um efeito indireto da política industrial e de subsídios de Biden – “multibilionários, trilhão de dólares, para o desenvolvimento de projetos nos Estados Unidos”, detalha Velasco – é que esses projetos vêm atraindo empresas europeias para abrir ou ampliar suas plantas no país. Ao mesmo tempo, essas empresas “estavam sendo pressionadas, sancionadas ou ameaçadas de sanção pelos contratos e relações comerciais que tinham com a China” e, no governo Trump, com o Irã.
Confira a apresentação de Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp)
A situação é grave: “a Europa está mal economicamente, tanto pelo impacto da guerra, quanto pela reestruturação econômica projetada pelo governo Biden”. E “termina o período Biden com economia deprimida, governos desestabilizados, Estados mergulhados em um conflito militar sem precedentes, que ameaça tragar a OTAN e as potências europeias em seu vórtice”.
E Trump agora chega com “a realidade da competição econômica”: a ameaça de passar os subsídios de barreiras tarifárias de 10% para 20% (e de 100% para China), mas com a promessa de acabar com a Guerra na Ucrânia, com “um plano de paz centrado em dois elementos impensáveis para Biden: “exclusão da hipótese de a Ucrânia entrar na OTAN e congelamento das linhas de frente no momento do acordo”, ou seja, “a admissão de tempo indeterminado do controle exercido pela Rússia sobre parte significativa do território ucraniano”.
No plano da defesa, acrescenta, “os EUA estão se afastando, se retirando da Europa”, porque há uma questão consensual: a ameaça principal é a China. “A Europa não tem um lugar muito claro nessa estratégia. Tem que criar condições para lidar ela própria com suas ameaças e problemática de segurança”, concluiu.
Estados Unidos e América Latina
Prof. Roberto Goulart (UnB)
O que esperar do próximo governo Trump nos países da América Latina? Foi o que a exposição do professor Roberto Goulart (UnB) abordou, trazendo o contexto das principais economias da região.
Assim que Trump ganhou, o presidente Lula parabenizou o republicano recém-eleito. Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, previu que “o cenário fica mais tenso”, mas o chanceler Celso Amorim minimizou, comparando a relação de Lula e Trump à de Lula e George W. Bush.
“Nós sabemos que a comparação não é muito boa”, disse Goulart, lembrando que Bush Filho era conservador, tradicional e de direita, o que não é o caso de Trump. Na sua avaliação, “as relações tendem a ser difíceis”, sobretudo, em um contexto de presença chinesa na América Latina.
Dias antes de participar do G20 no Brasil, em novembro deste ano, o presidente da China, Xi Jiping, esteve no lançamento de um porto no Peru, no âmbito da Rota da Seda, uma obra que poderá reduzir as viagens marítimas entre os dois países, em especial de navios com mercadorias. “O Brasil também pode aproveitar parte dessa infraestrutura peruana”, salienta.
O fato é que, por conta desta proximidade com a China, “o Peru foi o país, nos últimos quatro ou cinco anos, que sofreu mais pressão dos EUA”, observa. E a pressão está aumentando. “Não sabemos em que momento, mas, no limite, os países serão pressionados a ficar em algum dos lados”, completa.
O México é outro país que tende a enfrentar problemas com os Estados Unidos por causa da revisão de um tratado, o T-MEC (ou USMCA), que envolve México, Estados Unidos e Canadá. A expectativa mexicana é que o tratado receba uma revisão de rotina apenas, o que não parece ser a expectativa dos Estados Unidos sob Trump, comenta Goulart.
Outro ator controverso é a Venezuela. Em sua avaliação, o mais preocupante no que tange aquele país é a possibilidade de uma ação militar de Nicolás Maduro sobre a Guiana, envolvendo a Amazônia, o que “seria um tremendo problema”, inclusive com a ameaça de instalação de uma base militar estadunidense na região.
Confira a apresentação de Roberto Goulart (UnB)
Venezuela, Nicarágua e Cuba, ressalta Goulart, estarão no horizonte de Trump. De forma geral, ele observa que os Estados Unidos não têm um mecanismo de diálogos conjunto com a região. E agora, com Trump, isso fica ainda mais debilitado. O que muda a equação é a presença chinesa no continente.
Outro aspecto mencionado pelo pesquisador são os tensionamentos em relação à democracia com o fortalecimento da extrema direita no continente, lembrando que, em novembro do próximo ano, a extrema direita concorrerá com força no Chile. Em termos de agenda, no entanto, ele avalia que, para além dessas tensões, Trump irá se ocupar mais de Ucrânia, Oriente Médio e China do que da América Latina.
Estados Unidos e Cuba
Prof. Raúl Rodríguez (Universidade de Havana)
O professor cubano Raúl Rodríguez (Universidade de Havana) destacou que a Ilha está enfrentando uma “longa administração Trump”, de 2016 a 2023, dada a continuidade das políticas do republicano durante o governo Biden. “Se pensava que fôssemos voltar para os anos de governo (Barack) Obama, e isso não aconteceu”, lamenta.
“A política dos Estados Unidos para Cuba é uma política de Estado muito mais do que uma política de governo. E uma política de Estado só muda quando muda o regime. Impedir Cuba de que tenha a possibilidade de construir um sistema alternativo ao que os Estados Unidos desejam para Cuba terá resistência. É uma política de Estado”, explica.
Em sua avaliação, “Trump 2.0 é um Trump mais organizado e mais focado”. Ele designou “pessoas mais leais às suas intenções do que com capacidade para administrar os setores em que estão entrando” e tem total legitimidade popular. “Ganhou em todos os setores, em voto popular”, o que significa ter “mandato para levar a cabo sua agenda externa e interna”, inclusive, a “política externa da maneira mais brutal possível”.
Trump, aponta Rodríguez, detém o controle do Executivo, do Legislativo e policial (Judiciário) e está atuando como se já estivesse no Salão Oval. Sua economia tenderá a enfatizar o uso das medidas coercitivas unilaterais, como a coerção econômica, na forma de um draconiano embargo que castiga Cuba e sua população há mais de 60 anos.
Assim que Trump venceu, detalha, o governo cubano se pronunciou, afirmando estar disposto a dialogar, “em condições de igualdade com o governo dos Estados Unidos, sem imposições e com respeito ao que nos afete em nossa soberania e independência”.
“Mas sabemos que os Estados Unidos não vão responder, muito menos Trump, em condições de igualdade com Cuba. Com Trump não há negociações de igualdade. Nenhum governo dos Estados Unidos respeita a soberania de Cuba”, salienta, ao mencionar a escolha de Marcos Rubio, senador republicano pela Flórida, como secretário de Estado.
Rubio é um aguerrido senador anti-Cuba e não estará sozinho na pressão por mais sanções e pela desestabilização do país, sustentada por grupos que defendem a mudança de regime no país. Congressistas e pessoas de influência desta direita cubana ascenderam a posições que podem interferir nas políticas relacionadas a Cuba, “e isso vai gerar muitos problemas”, prevê.
Confira a apresentação de Raúl Rodríguez (Universidade de Havana/CESHEU)
Ao ser considerado um país promotor de terrorismo, por exemplo, Cuba tem de arcar com uma série de medidas coercitivas e sofre com os bancos que se negam a atuar em seu comércio internacional. Com esses grupos da direita, isso tende a piorar.
Rodríguez também destaca a possibilidade de retrocesso nas leis imigratórias. Hoje, dois milhões de cubanos enviam remessas de dinheiro (remittances) para suas famílias na Ilha. Miami, por exemplo, concentra a maior população cubana fora de Cuba. Em sua avaliação, os trumpistas cubanos “vão tentar fechar essa via de comunicação para impedir que o governo cubano obtenha recursos”.
E, junto a tudo isso, a desinformação correrá solta. Rodríguez garante que Cuba não está ameaçando a Jamaica, tampouco existe no país uma fábrica de drones iranianos, muito menos submarinos soviéticos. “Cuba apenas se sente ameaçada e faz alianças com países inimigos (e também afetados pelas sanções) dos Estados Unidos”, justifica.
E isso vai continuar. Do ponto de vista interno, caberá à Ilha promover alianças com Rússia e China e, também, fortalecer sua economia nacional, “o que é complicado com sanções econômicas e sem empréstimos externos”. Além disso, se promover “mais reformas de mercado, [Cuba] pode ir contra os princípios que fundamentaram sua revolução de igualdade e acesso a todos”, avalia Rodríguez.
* Clique aqui e assista ao seminário na íntegra *
* Tatiana Carlotti é repórter e atua na Comunicação do INCT-INEU. Tem doutorado em Semiótica (USP) e mestrado em Crítica Literária (PUC-SP).
** Revisão e edição final: Tatiana Teixeira. Primeira versão recebida em 19 dez. 2024. Este Informe OPEU não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.
*** Sobre o OPEU, ou para contribuir com artigos, entrar em contato com a editora do OPEU, Tatiana Teixeira, no e-mail: tatianat19@hotmail.com. Sobre as nossas newsletters, para atendimento à imprensa, ou outros assuntos, entrar em contato com Tatiana Carlotti, no e-mail: tcarlotti@gmail.com.
Assine nossa Newsletter e receba o conteúdo do OPEU por e-mail.
Siga o OPEU no Instagram, Twitter, Linkedin e Facebook
e acompanhe nossas postagens diárias.
Comente, compartilhe, envie sugestões, faça parte da nossa comunidade.
Somos um observatório de pesquisa sobre os EUA,
com conteúdo semanal e gratuito, sem fins lucrativos.