Trump ganhou, e agora? Vem com o OPEU
(Arquivo) Presidente Donald Trump em cerimônia de comemoração do 11 de Setembro no Pentágono, em Washington, D.C., em 2017 (Crédito: DoD/suboficial da Marinha de 1ª Classe Dominique A. Pineiro)
Por Tatiana Teixeira, com seleção de Rafael Seabra* [Divulgação] [Eleições 2024] [Donald Trump] [Wayne Selcher]
Há muito para ler, escutar e assistir sobre as eleições estadunidenses de 2024. A quantidade e a variedade do material disponível sobre o tema é, realmente, gigantesca. Por isso mesmo, é difícil discernir entre aquilo em que vale a pena investir nosso tempo (por sua qualidade e acessibilidade do conteúdo) e aquilo que pouco acrescentará ao que já sabemos. Passado o 5 de novembro, com a entrada na última etapa do atual ciclo eleitoral — conclusão da apuração dos votos nas eleições em todos os níveis, desdobramentos e acompanhamento da equipe de transição —, é hora de nos concentrarmos mais estritamente no ganhador das eleições.
Para facilitar a navegação neste universo, montamos esta breve lista.
Nela, nosso leitor encontrará os textos escritos, especialmente para o OPEU, pelo prof. Emérito Wayne Selcher (Elizabethtown College, Pensilvânia, EUA) sobre o agora futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O primeiro texto, o Estudos e Análises de Conjuntura “Cultura política americana em transição”, está disponível apenas em inglês. Os demais informes já são traduções do original, feitas por nossa equipe (ou pelo próprio), com revisões do autor. Vejam, este é o nível de cuidado que se tem no OPEU com cada texto que chega a vocês que nos acompanham. Ambas as versões estão disponíveis em nosso site.
Em linguagem acessível, os textos do professor Wayne são para todos os leitores: o curioso, o leigo interessado, o acadêmico e/ou profissional de outras áreas, o pesquisador americanista. Além disso, oferecem uma grande variedade de fontes analíticas e de pesquisa, para quem quiser se aprofundar em temas correlatos.
Produzir esta série envolveu muito trabalho, tanto do autor quanto da equipe. Vê-la publicada, atingindo diferentes públicos e contribuindo para o debate público, político e acadêmico sobre uma figura tão controversa, traz-nos uma satisfação e um orgulho diretamente proporcionais ao esforço empreendido.
Esperamos que aproveitem a leitura. E continuem com a gente, pois em breve publicaremos o último episódio da série “Atitudes, preocupações e preferências políticas dos eleitores de Trump”.
Até breve.
Cultura política americana em transição: a erosão do consenso e das normas democráticas
Wayne A. Selcher, PhD (Elizabethtown College, PA, EUA)
This article identifies and examines the major characteristics, trends, and tendencies in American political culture and political performance that have been evolving in recent years, for a comprehensive picture of how Americans perceive and believe about their country and its political system. The analysis places the findings in a comparative perspective, provides relevant insights from other Western democracies, and discusses the implications of the findings for American democracy. Many links to high-quality, cost-free online sources are offered to facilitate further study of relevant aspects of the contemporary situation of the United States. Leia mais
Em meados de 2024, Donald Trump havia firmado solidamente seu comando personalista do Partido Republicano, tanto no nível da liderança quanto dos eleitores. Ele obteve vitórias esmagadoras nas eleições primárias presidenciais republicanas do início de 2024, demonstrando, assim, de forma dramática, seu grande apoio na base eleitoral do partido. Seus dois únicos rivais de peso – o governador Ron DeSantis, da Flórida, e a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley – apoiaram-no depois de encerrarem suas próprias campanhas. Nenhuma autoridade republicana está nem perto de igualar o grau de popularidade de Trump entre os eleitores republicanos. A liderança republicana nacional anterior, mais moderada, foi afastada ou varrida, e muitos funcionários pró-Trump foram instalados nos níveis estadual e local nos últimos anos, por eleições ou nomeações. Leia mais
Um perfil dos eleitores de Trump: valores e preferências políticas
O movimento Make America Great Again (MAGA) de Donald Trump estabeleceu total domínio e unidade dentro do Partido Republicano na época da Convenção Nacional da legenda, em meados de julho de 2024, incluindo a escolha do ex-crítico ferrenho e agora populista leal J. D. Vance como seu candidato a vice-presidente. Trump reformulou completamente o partido de acordo com sua própria imagem e incorporou totalmente em seu campo os antigos rivais das eleições primárias Nikki Haley e Ron DeSantis, que, na Convenção, fizeram discursos elogiando-o. A plataforma do partido para 2024 é, definitivamente, totalmente Trump e vai muito além das políticas de seu mandato presidencial anterior. A virada retórica populista do partido foi resumida na declaração de J.D. Vance de que “Cansamos, senhoras e senhores, de servir Wall Street. Vamos nos comprometer com o trabalhador”. Leia mais
Um perfil dos eleitores de Trump: a demografia dos entusiastas do MAGA e suas relações com ele
Nas eleições de novembro de 2024, é esperado que Trump receba muitos milhões de votos de pessoas leais ao seu partido, apenas porque ele foi o nomeado pelos republicanos e se saiu muito bem nas eleições primárias. O governo Biden-Harris é extremamente impopular entre os republicanos e considerado um fracasso por boa parte do público geral, particularmente em aspectos econômicos. Trump pode contar com essa avaliação negativa da atual administração para obter votos daqueles que são motivados, principalmente, pela oposição ao outro lado, ou daqueles que procuram mudanças depois da administração democrata entre 2021 e 2025. Mesmo os que se identificam com o tradicional Partido Republicano, de natureza mais conservadora, cujos valores, em parte, foram deixados de lado por Trump, provavelmente votarão nele, apesar de suas reservas pessoais acerca do ex-presidente. Em um país extremamente polarizado, com partidarismo fortemente negativo, em grande parte oposicionista, há milhões que acreditam que qualquer republicano é melhor do que qualquer democrata — principalmente, um democrata com um histórico liberal como o de Kamala Harris. Leia mais
Trump, MAGA e os EUA enfrentam eleições presidenciais de novembro de 2024 e mais além
Características notáveis da eleição presidencial americana de novembro de 2024 diferenciam-na consideravelmente das eleições anteriores, com várias “primeiras vezes”. Depois que o presidente Joe Biden (81 anos) foi finalmente convencido pelos principais líderes democratas a não concorrer à reeleição como o presidente mais velho a fazê-lo, ele designou a vice-presidente Kamala Harris (59 anos) para esse papel, ainda que tardio, o que representou um desafio para sua campanha. De origem étnica do sul da Índia (tâmil) e jamaicana, ela é apenas a segunda mulher a concorrer a esse cargo a ser indicada por um dos dois principais partidos, depois de Hillary Clinton em 2016, e é a primeira mulher negra nesse papel. Leia mais
** Bônus Track: Assista aos episódios do programa Diálogos INEU com o prof. Wayne Selcher e a prof. Neusa Maria Pereira Bojikian. Ambos conversam sobre um dos grandes apoiadores de Trump na corrida eleitoral, o bilionário Elon Musk, cultura política dos EUA, o papel da imprensa e muito mais.
* Tatiana Teixeira é pesquisadora de Pós-Doutorado (INCT-INEU/CNPq) e editora-chefe do Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU). Contato: tatianat19@hotmail.com.
Rafael Seabra é colaborador do OPEU/INCT-INEU, doutor em Economia Política Internacional (PEPI-UFRJ), mestre em Relações Internacionais (PPGRI-UFF) e economista (IE-UFRJ). Contato: rafaelhseabra@gmail.com.
** Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.
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