Boletim OPEU – Setembro 2024
Crédito: Natália Constantino com atualização de Carolina Weber
Por Equipe OPEU, com seleção de Rafael Seabra, PhD* [Divulgação] [Boletim OPEU]
Confira abaixo o compilado das publicações do OPEU em setembro de 2024:
Eleições nos EUA
Criador das “13 Keys”, “Nostradamus” das eleições nos EUA, prevê vitória de Kamala Harris
Tatiana Teixeira
Muito esperada por jornalistas, comentaristas e estrategistas políticos, a previsão do historiador Allan Lichtman para esta eleição presidencial estadunidense foi divulgada na última quinta-feira, dia 5, em um vídeo publicado pelo jornal The New York Times. É um vídeo bem-humorado, cuja leveza e graça contrastam com a relevância de sua mensagem central – principalmente se ela se confirmar em novembro próximo. De acordo com seu método, baseado em 13 keys e não isento de polêmica, a democrata Kamala Harris será a nova presidente dos Estados Unidos. Leia mais
Wayne A. Selcher, PhD (Elizabethtown College, PA, EUA)
Em meados de 2024, Donald Trump havia firmado solidamente seu comando personalista do Partido Republicano, tanto no nível da liderança quanto dos eleitores. Ele obteve vitórias esmagadoras nas eleições primárias presidenciais republicanas do início de 2024, demonstrando, assim, de forma dramática, seu grande apoio na base eleitoral do partido. Seus dois únicos rivais de peso – o governador Ron DeSantis, da Flórida, e a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley – apoiaram-no depois de encerrarem suas próprias campanhas. Nenhuma autoridade republicana está nem perto de igualar o grau de popularidade de Trump entre os eleitores republicanos. A liderança republicana nacional anterior, mais moderada, foi afastada ou varrida, e muitos funcionários pró-Trump foram instalados nos níveis estadual e local nos últimos anos, por eleições ou nomeações. Leia mais
Um perfil dos eleitores de Trump: a demografia dos entusiastas do MAGA e suas relações com ele
Wayne A. Selcher, PhD
Nas eleições de novembro de 2024, é esperado que Trump receba muitos milhões de votos de pessoas leais ao seu partido, apenas porque ele foi o nomeado pelos republicanos e se saiu muito bem nas eleições primárias. O governo Biden-Harris é extremamente impopular entre os republicanos e considerado um fracasso por boa parte do público geral, particularmente em aspectos econômicos. Trump pode contar com essa avaliação negativa da atual administração para obter votos daqueles que são motivados, principalmente, pela oposição ao outro lado, ou daqueles que procuram mudanças depois da administração democrata entre 2021 e 2025. Mesmo os que se identificam com o tradicional Partido Republicano, de natureza mais conservadora, cujos valores, em parte, foram deixados de lado por Trump, provavelmente votarão nele, apesar de suas reservas pessoais acerca do ex-presidente. Em um país extremamente polarizado, com partidarismo fortemente negativo, em grande parte oposicionista, há milhões que acreditam que qualquer republicano é melhor do que qualquer democrata — principalmente, um democrata com um histórico liberal como o de Kamala Harris. Leia mais
A Profile of Trump Voters: The Demographics of his MAGA Enthusiasts and Their Relationship to Him
Wayne A. Selcher, PhD
In the November 2024 elections, Trump is set to receive many millions of votes from party loyalists, just because he is the Republican nominee and did extraordinarily well in the party’s primary elections. The Biden-Harris administration is extremely unpopular among Republicans, and is considered a failure by much of the general public, particularly in the economic realm. Trump can count on this negative evaluation of the current administration for votes that are motivated mainly to oppose “the other side” and to seek “change” from the 2021 to 2025 Democratic administration. Even Republicans who identify most with the former Republican Party of a more traditionally conservative yet compromise-accepting nature that Trump swept aside are quite likely (but not certain) to vote for him, despite personal reservations about him. There are millions in the highly polarized country, with strongly negative (largely oppositional) partisanship, who believe that “any Republican is better than any Democrat,” and especially a Democrat with the liberal record of Kamala Harris. Leia mais
Um perfil dos eleitores de Trump: valores e preferências políticas
Wayne A. Selcher, PhD
O movimento Make America Great Again (MAGA) de Donald Trump estabeleceu total domínio e unidade dentro do Partido Republicano na época da Convenção Nacional da legenda, em meados de julho de 2024, incluindo a escolha do ex-crítico ferrenho e agora populista leal J. D. Vance como seu candidato a vice-presidente. Trump reformulou completamente o partido de acordo com sua própria imagem e incorporou totalmente em seu campo os antigos rivais das eleições primárias Nikki Haley e Ron DeSantis, que, na Convenção, fizeram discursos elogiando-o. A plataforma do partido para 2024 é, definitivamente, totalmente Trump e vai muito além das políticas de seu mandato presidencial anterior. A virada retórica populista do partido foi resumida na declaração de J.D. Vance de que “Cansamos, senhoras e senhores, de servir Wall Street. Vamos nos comprometer com o trabalhador”. Leia mais
Percepções acerca do debate entre os presidenciáveis Kamala Harris e Donald Trump
Gabriel Moura
Para além de uma disputa bipartidária de poder entre republicanos e democratas, as eleições presidenciais norte-americanas são também caracterizadas pelos altos investimentos financeiros de empresas, ou de pessoas físicas, na campanha de seu candidato de preferência. O pleito movimenta bilhões de dólares por meio de publicidade e comícios realizados em todo o território nacional. Dessa forma, o debate entre presidenciáveis visa não apenas a explanar propostas políticas para um futuro mandato, mas também a atender aos interesses, por vezes velados, daqueles que financiam suas campanhas. Leia mais
Professor, treinador militar e agora vice-presidente: a trajetória de Tim Walz
Débora M. Binatti
O nome de Timothy James Walz foi anunciado em 6 de agosto, para compor a chapa da candidatura democrata nas eleições de 2024 nos EUA e é “uma opção prática e de baixo risco para Kamala Harris”, analisa o professor Rubrick Biegon, da Escola de Política e Relações Internacionais da Universidade de Kent, na Inglaterra. Leia mais
Redes sociais como ferramenta de campanha nos Estados Unidos
Kayla Arnoni Vertematti Baptista
Com o crescimento de plataformas como Facebook, X (Twitter), Instagram e TikTok, os candidatos agora têm a oportunidade de se comunicar de maneira mais rápida e informal com os eleitores, ao vivo e quando quiserem. Isso quebra a barreira entre o concorrente e os votantes, permitindo uma interação mais dinâmica e pessoal. O desprendimento da exclusividade da mídia tradicional proporciona aos candidatos que enviem suas mensagens de maneira mais rápida, maciça e adaptada ao feedback em tempo real, além de lhes garantir o controle da narrativa, a construção de marca e a mobilização de apoio. Leia mais
O comício de Trump: entre tiros, retórica e a força da imagem
Alice Ikeda e Carolina Weber
“I’m not supposed to be here. I’m supposed to be dead” (Eu não deveria estar aqui, eu deveria estar morto) — disse Donald Trump aos repórteres enquanto estava a caminho de outro comício de campanha. No dia 13 de julho, um sábado, na Pensilvânia, em meio ao seu comício ao ar livre, tiros ecoaram pela multidão. Em reflexo, Trump se abaixou. Em seguida, sua mão vai à orelha atingida de raspão por um dos projéteis. Leia mais
Segurança Nacional
Relatório sobre Estratégia de Defesa Nacional 2024 adverte sobre grandes ameaças
Williams Gonçalves
O Relatório Final da Comissão sobre a Estratégia de Defesa Nacional dos Estados Unidos (Commission on the National Defense Strategy-NDS) é um documento preparado por oito especialistas não governamentais em assuntos de defesa nacional indicados pela liderança do Congresso. A matéria-prima usada por esses especialistas para a produção do relatório é o documento Estratégia de Segurança Nacional (National Security Strategy-NSS), elaborado pela assessoria do presidente da República, em 2022, que o assina. O Relatório Final tem por finalidade avaliar o documento presidencial. Leia mais
Governo Biden aprova estratégia nuclear ante ameaça chinesa
Yasmim Abril M. Reis
Em março de 2024, o presidente Joe Biden aprovou um plano estratégico nuclear. Pela primeira vez, o documento reorientará a Estratégia de Dissuasão dos Estados Unidos (em inglês, America’s Deterrent Strategy), sob a justificativa da rápida expansão do arsenal nuclear chinês. Leia mais
EUA e América Latina
O fantasma de Pequim na América Latina: um conto de dois republicanos
Lucas Barbosa
Em maio deste ano, o congressista republicano pelo Missouri Jason Smith (R-MO) publicou em seu site que a “agenda de fronteiras abertas da administração Biden” é “desastrosa”. No mesmo artigo, Smith lamenta a decisão de Biden de cancelar a construção, iniciada na presidência de Donald Trump (2017-2020), do muro que separaria os territórios dos Estados Unidos e do México. Leia mais
De Menem a Milei: o lugar dos Estados Unidos na política externa argentina e seus reflexos
Lucas Barbosa
O Departamento de Estado dos Estados Unidos descreve a relação do país com a Argentina da seguinte forma: “os Estados Unidos e a Argentina mantêm uma relação bilateral baseada em interesses compartilhados”, incluindo comércio, direitos humanos, defesa e educação. Desde a redemocratização, todavia, a forma e o conteúdo desses interesses abstratos variaram significativamente entre governos argentinos, em sincronia ou em sentido contrário aos empregados pela potência norte-americana. Essa mudança refletiu a sucessão de ciclos políticos na história recente da América Latina e o lugar conferido aos Estados Unidos em cada um dos “episódios ideológicos” que varreram a região. Leia mais
Venezuela e hegemonia dos EUA: impacto das sanções à luz das Convenções de Genebra
Ailton Manoel Pereira Junior e Bruno Henrique Costa
O dia 12 de agosto de 2024 marca o aniversário de 75 anos da Convenção de Genebra. Os quatro tratados dela decorrentes e seus Protocolos Adicionais constituem o cânone do direito internacional humanitário, estabelecendo as normas legais para o tratamento de não combatentes em tempos de guerra. Entre diversas contribuições importantes, o artigo 33 da Quarta Convenção define que “nenhuma pessoa pode ser punida por uma ofensa que ele ou ela não tenha pessoalmente cometido. Punições coletivas e outras medidas de intimidação ou de terrorismo são proibidas”. Leia mais
Divulgação
Chutando a escada: cadeira PETs e eleições nos Estados Unidos
Filipe Mendonça
Neste episódio, a professora Débora Prado conversa com o professor e pesquisador Lucas Leite (FAAP) sobre as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos e o papel de Kamala Harris como candidata. Lucas, especialista em política norte-americana, traz uma análise profunda sobre os desafios que Harris enfrentará, tanto na campanha quanto no governo, caso eleita. Leia mais
Diálogos INEU
* Rafael Seabra é colaborador do OPEU/INCT-INEU, doutor em Economia Política Internacional (PEPI-UFRJ), mestre em Relações Internacionais (PPGRI-UFF) e economista (IE-UFRJ). Contato: rafaelhseabra@gmail.com.
** Revisão e edição final: Tatiana Teixeira. Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.
*** Sobre o OPEU, ou para contribuir com artigos, entrar em contato com a editora Tatiana Teixeira, no e-mail: tatianat19@hotmail.com. Sobre as nossas Newsletters, para atendimento à imprensa, ou outros assuntos, entrar em contato com Tatiana Carlotti, no e-mail: tcarlotti@gmail.com.
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