(Arquivo, s/d) Líderes seniores do Exército dos EUA no Alasca se deslocam de uma área de treino para outra em Black Rapids, como parte do seu curso de orientação em tempo frio (Crédito: sgt. Christopher Dennis/Exército dos EUA)

Por Yasmim Abril M. Reis* [Documentos]

Em 22 de julho de 2024, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (U.S. Department of Defense – DoD, acrônimo em inglês) lançou mais uma Estratégia Nacional para a Região do Ártico, solicitando melhorias, engajamentos e exercícios na área. Esse documento atualiza a versão publicada em 2022 e continua reconhecendo que a crise climática é o principal fator que afeta essa parte do planeta, destacando as implicações para a segurança dos Estados Unidos.

Na região do Ártico estão presentes oito nações: Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e Rússia. Além disso, a área compreende uma população de quatro milhões de pessoas, recursos naturais extensos e ecossistemas únicos.

Ao longo da nova edição da Estratégia para o Ártico, os Estados Unidos sublinham que o derretimento das geleiras, como consequência da mudança climática, significa um risco para a segurança nacional estadunidense, já que possibilita novas rotas marítimas. De outro modo, com o derretimento do gelo no Ártico, novas oportunidades de comércio e exploração de recursos naturais surgem.

Ademais, a nova Estratégia enfatiza o risco da crescente presença de uma nação não ártica na região, a República Popular da China. De acordo com o novo documento, a presença militar chinesa é preocupante, “dado que é o único concorrente estratégico com vontade e cada vez mais os meios para refazer a ordem internacional”. Além disso, os militares chineses têm conduzido operações na área com a Marinha russa, o que representa, para os Estados Unidos, mais uma ameaça à sua estabilidade na região.

Em síntese, a Estratégia Nacional orienta o Departamento de Defesa a aumentar a segurança na região ártica por meio do crescimento das operações militares e exercícios militares contínuos, conjuntos, interagências e combinados, com a finalidade de garantir seus interesses nacionais na região.

* Yasmim Abril M. Reis é doutoranda em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP), mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa da Escola Superior de Guerra (PPGSID/ESG), pesquisadora colaboradora no OPEU e vice-líder e assistente de pesquisa voluntária no Laboratório de Simulações e Cenários na linha de pesquisa de Biodefesa e Segurança Alimentar (LSC/EGN). Contato: reisabril@gmail.com.

** Primeira revisão: Simone Gondim. Contato: simone.gondim.jornalista@gmail.com. Segunda revisão e edição final: Tatiana Teixeira. Primeira versão recebida em 24 jul. 2024. Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

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