(Arquivo) Presidente chinês, Xi Jinping, na sede da ONU em Genebra, em 18 jan. 2017 (Crédito: ONU/Jean-Marc Ferré)

Por Mônica Leite Lessa* [Divulgação**]

O livro A China e a Nova Ordem Internacional (Editora Ayran, 2023, 232p) é mais uma contribuição do professor e pesquisador Williams Gonçalves, em que se destaca sua acurada capacidade de observação e de interpretação, acompanhada de sua visão dialética entre o sincrônico e o diacrônico, que adensa suas reflexões.

Dividido em três capítulos, acrescido de um epílogo, o livro é organizado em três eixos: a análise das razões que mobilizam os estudiosos sobre o presente tema; a análise sobre as iniciativas pretéritas com vistas à mudança da ordem internacional; a análise da demanda por uma nova ordem internacional.

Essa estrutura permite ao autor desenvolver uma análise, baseada em inúmeras evidências, para comprovar sua tese: A questão da mudança da ordem internacional está colocada há mais de sete décadas e a China sempre esteve ativamente envolvida nesse processo ao participar das três etapas fundamentais da luta anticolonial e anti-imperialista: a Conferência Afro-Asiática de Bandung (1955), a demanda do então chamado Terceiro Mundo por uma Nova Ordem Econômica Internacional (1974) e, finalmente, a criação do BRICS (2006).

O dado novo e decisivo na atual crise é, portanto, “a ascensão da China como potência econômica e militar que iniciou sua trajetória ascendente a partir de uma posição periférica no sistema internacional e alcançou o centro do sistema”. Outro diferencial é o entendimento chinês de hegemonia.

Paralelamente, a diplomacia chinesa amplia sua influência com parceiros estratégicos e triunfa em restabelecer relações diplomáticas entre potências regionais; e desenvolve uma diplomacia cultural cada vez mais competitiva. Essas, dentre outras ações, remetem a outro ponto importante desse contexto de disputas na mudança da ordem internacional: a política cultural desenvolvida pelos Estados Unidos.

Não surpreende, portanto, que os acontecimentos de que trata o presente livro tenham tanta visibilidade nas mídias hegemônicas.

* Sumário *

Prefácio

Introdução

I China: ascensão e impacto no Sistema Internacional

– O conceito de Ordem Internacional

– Crescimento e expansão da China

– A instauração da ordem no mundo do pós-1945

II A Ordem Internacional no Pós-Guerra Fria

– O sentido de Bandung

– Uma Nova Ordem Econômica Internacional

– BRICS

a) Brasil

b) Rússia

c) Índia

d) China

e) África do Sul

III Rumo a uma Nova Ordem Internacional

– O impacto do BRICS nas relações de poder

– A Ordem Internacional na pauta política

– A recomposição do consenso bipartidário nos EUA

– A Guerra da Ucrânia

Epílogo

Obras de referência

* Sobre o autor da obra *

Crédito: Arquivo pessoal

Williams Gonçalves é Professor Titular de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval (PPGEM-EGN). Doutor em Sociologia, também é pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre Estados Unidos (INCT-INEU). Tem experiência na área de História, com ênfase em História das Relações Internacionais, e Política Externa do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: Brasil, EUA, China, América do Sul, Política Externa Brasileira e Relações Internacionais. É Pesquisador-CAPES.

Entre outras publicações, é autor dos livros O Realismo da Fraternidade: Brasil-Portugal (do Tratado de Amizade ao Caso Delgado), publicado pela Imprensa de Ciências Sociais/Universidade de Lisboa, em 2003; de Relações Internacionais (Jorge Zahar Ed., 2007, 3ª ed.); e do Dicionário de Relações Internacionais, em coautoria com Guilherme A. Silva (Editora Manole, 2010, 2ª ed.).

* Mônica Leite Lessa é professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde é coordenadora do grupo de pesquisa Relações Internacionais, Cultura e Mídia e vice-diretora do IFCH (2020-2024).

** Texto adaptado do prefácio da obra.

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