Pesquisadores do OPEU participam do Simpori 2022, de encontro internacional e simpósio do PPGEST/UFF
Por Tatiana Teixeira*
Outubro e novembro foram meses atarefados para os pesquisadores e pesquisadoras do Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU). Participamos de três eventos, nacionais e internacional, nas modalidades virtual e presencial, apresentando trabalhos sobre diferentes temas ligados aos Estados Unidos.
Em 27 de outubro, as pesquisadoras Haylana Burite e Natália Constantino, ambas graduandas de Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID/UFRJ) e bolsistas de Iniciação Científica do OPEU (INCT-INEU/PIBIC-CNPq), apresentaram, na modalidade virtual, o paper “Racismo e apropriação cultural: uma análise do Jazz e do Blues nos Estados Unidos”, no III Encontro Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas (EIPCH). De formato híbrido e com caráter interdisciplinar, a presente edição foi proposta pelo Instituto CONEX em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade de Passo Fundo (UPF), sede do evento, realizado com financiamento Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS).
Tratando de um tema pouco abordado por aqui, Haylana e Natália investigam se a prática racista de apropriação da cultura afro-americana influenciou o desenvolvimento e a difusão do blues e do jazz. Em caso positivo, como isso teria ocorrido? Para responder a tais perguntas, as pesquisadoras descrevem as condições que propiciaram o surgimento de ambos os gêneros e contrapõem os aspectos originários do blues e do jazz a elementos mercadológicos da indústria musical do século XX. O paper pesquisa discute seu processo de “embranquecimento”, seja devido à tentativa de massificação, seja devido às legislações que desigualmente protegiam os direitos autorais dos bluesman e dos jazzman. Em suas primeiras conclusões, as pesquisadoras constatam que o blues, o jazz e suas características musicais foram difundidas desprendidas do simbolismo enquanto mecanismos de resistência e de autoidentificação da população negra em uma sociedade profundamente marcada por ideais escravocratas.
Em 10 de novembro, participei da mesa institulada “As relações Brasil-EUA: História e Perspectivas”, do IX Simpósio de História Global e das Relações Internacionais do Brasil (1822-2022): Duzentos Anos de Política Externa, organizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos (Inest/UFF). No evento, apresentei os resultados da minha pesquisa de doutorado sobre think tanks americanos e sua produção intelectual sobre o Brasil. Coordenada pelo professor da UFF Roberto Moll Neto, a mesa contou ainda com as apresentações dos professores Rafael Ioris (Universidade de Denver, EUA) e Alexandre Busko Valim (UFSC). Moll e Ioris são membros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-INEU), ao qual o OPEU é vinculado. A mesa está disponível no vídeo abaixo.
Já em 17 de novembro, o OPEU esteve presente no XI Simpósio de Pesquisa em Relações Internacionais, o SimpoRi 2022, que este ano teve como tema “Ordem global e crise: perspectivas e alternativas no século XXI”. O evento é uma parceria dos Programas de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com San Tiago Dantas, que é uma união entre os programas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Confira aqui a programação completa dos Grupos de Trabalho (GTs).
As pesquisadoras Luísa Azevedo, Maria Manuela de Sá Bittencourt e Vitória Martins (bolsista de IC do OPEU/INCT-INEU/PIBIC-CNPq) apresentaram o paper “Conflito Rússia-Ucrânia e novos paradigmas da guerra: a atuação da Interpol e da Otan nos ‘estados de violência’ e nas ‘novas guerras’”. Neste trabalho, as graduandas do IRID/UFRJ mapeiam e analisam o desenvolvimento do conceito de “guerra” no campo das Relações Internacionais, argumentando que sua definição em termos estritamente Realistas é insuficiente para a reflexão e a compreensão dos acontecimentos de grande envergadura no sistema internacional vigente.
No mesmo dia, os pesquisadores do OPEU Danilo Faustino e Eduardo Mangueira (bolsista de IC do OPEU/INCT-INEU/PIBIC-CNPq) apresentaram o paper “Respostas da ONU ao movimento Black Lives Matter (2020) e aos protestos de Hong Kong (2019-2020)”. Nesta investigação, os autores observam uma disparidade no tipo de tratamento dado a ambos os temas nas Nações Unidas. Enquanto no caso de Hong Kong os discursos se voltam para a proteção dos indivíduos, sugerindo responsabilizar o Estado chinês, no BLM, procura-se culpabilizar a estrutura global do racismo, e não diretamente a estadunidense.
Em breve, teremos mais eventos para divulgar, sempre com o objetivo de ilustrar e destacar a importância do investimento público para a formação e para o aprimoramento de pesquisadores, assim como do apoio que recebemos de diferentes agências de fomento, por meio do INCT-INEU.
* Tatiana Teixeira é editora do OPEU e professora colaboradora do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID/UFRJ).
** Sobre o OPEU, ou para contribuir com artigos, entrar em contato com a editora Tatiana Teixeira, no e-mail: tatianat19@hotmail.com. Sobre as nossas Newsletters, para atendimento à imprensa, ou outros assuntos, entrar em contato com Tatiana Carlotti, no e-mail: tcarlotti@gmail.com.
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